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Prefeitos entregam cidades a Deus e "œcancelam pactos com entidades"

Os novos prefeitos de Guanambi (BA) e de Alto Paraíso (RO) publicaram decreto no Diário Oficial do município

04/01/2017 11:35

No primeiro ato administrativo de suas gestões, os novos prefeitos de Guanambi (BA) e de Alto Paraíso (RO) entregaram a chave de suas respectivas cidades a Deus. Em decretos municipais semelhantes, os dois ainda determinaram o cancelamento “em nome de Jesus, de todos os pactos realizados com qualquer outro Deus ou entidades espirituais”. Ambos são evangélicos.

Jairo Magalhães (PSB), prefeito de Guanambi, a 675 km de Salvador, decretou: “Declaro que esta cidade pertence a Deus e que todos os setores da prefeitura municipal estarão sob a cobertura do Altíssimo”. “E a minha palavra é irrevogável!”, escreveu ao final do texto, publicado no Diário Oficial do município nessa segunda-feira (2).

Em nota à imprensa, o prefeito disse que não teve a intenção de contrariar outras crenças religiosas ou atentar contra a laicidade do Estado. “A intenção, diante do ambiente de intolerância e assustadora violência que atormenta as famílias e a sociedade, foi de apelar a todas as crenças, suplicando a mesma proteção de Deus, que é rogada na nossa Constituição”, justificou-se o novo prefeito do município de 86 mil habitantes.

Já Helma Amorim (PTB), que assumiu a prefeitura de Alto Paraíso, a 200 km de Porto Velho, divulgou a entrega da administração municipal a Deus no próprio domingo (1º), na cerimônia de posse. Declarando-se eleita pelo povo e “designada” por Deus, a petebista decretou, a exemplo do baiano, que “todos os setores da prefeitura municipal estarão sobre a cobertura do altíssimo”. “Declaro ainda que todos os principados, potestades, governadores deste mundo tenebroso, e as forças espirituais do mal, nesta cidade, estarão sujeitas ao senhor Jesus Cristo de Nazaré”, determinou.

Os atos de Helma e Jairo não são inéditos. Em dezembro, a então prefeita de Sapezal (MT), Ilma Grisoste Barbosa (PSD), assinou decreto semelhante. Ilma, que perdeu a reeleição, conclui o documento com a seguinte frase: “E a minha palavra é irrevogável!” (a mesma utilizada pelo prefeito de Guanambi).

Fonte: Congresso em Foco
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