O prefeito de Lagoa do Sítio, Zé Simão (PT), foi afastado do cargo por decisão unânime da Câmara de Vereadores do município. Em uma sessão ordinária realizada na noite de ontem (20), os oito parlamentares negaram o pedido de 30 dias de licença feito pelo prefeito. Após a meia noite, os vereadores empossaram o vice-prefeito Antonio Benedito de Moura (SDD).

Foto: Marcela Pachêco/ODIA

Zé Simão é acusado de ter matado primeira-dama Gercineide Monteiro com um tiro no ouvido, no dia 10 de fevereiro. A polícia concluiu as investigações nove dias depois do crime e, segundo o delegado que cuida do caso, Carlos André Rodrigues, não há dúvida sobre a autoria. A empregada doméstica Noêmia Maria Silva consta no inquérito como cúmplice de Zé Simão por ter dado cobertura ao prefeito no momento do crime e por ter escondido a arma usada para matar a primeira-dama em forro no teto da casa onde eles viviam. 

No requerimento encaminhado para a Câmara, o prefeito teria alegado que não estava psicologicamente preparado para assumir o cargo nos próximos 30 dias. Segundo o vereador Marcelo dos Anjos (PT), Zé Simão não se referiu diretamente ao caso do assassinato. “Ele disse que por motivos conhecidos por todos os sitiolagoenses estava impossibilitado de ficar a frente do executivo. Ele lembrou a morte da esposa e alegou não estar psicologicamente ou emocionalmente preparado”, disse o vereador.

O que ocorre, de fato, é que o prefeito se encontra preso. Segundo o delegado Carlos César, o mandado de prisão preventiva foi expedido ontem (20) pelo Tribunal de Justiça. Até então, Zé Simão estava preso em flagrante.

De acordo com o vereador Gilvan Araújo (PROS) a câmara agora vai aguardar a formalização da denúncia contra o prefeito para dar início ao processo de cassação. “Tanto um vereador, quanto alguém da população podem fazer isso. E a partir daí será instaurada uma CPI que tem até 180 dias para ser concluída”, explicou Gilvan, que é um dos defensores da cassação.

Na noite de ontem, os moradores de Lagoa do Sítio lotaram a Câmara e pressionaram os vereadores para afastarem o prefeito Zé Simão. Os populares levaram cartazes e exigiram justiça.