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Pastas "œcara do PT" não deviam ser oferecidas a aliados, analisa vereador

Mesmo assim, Deolindo Moura defende uma aliança política entre o prefeito Firmino Filho (PSDB) e o governador Wellington Dias.

18/02/2017 11:43

Vereador de primeiro mandato, Deolindo Moura (PT) foi eleito após forte atuação no movimento estudantil. Antes de conquistar uma cadeira na Câmara Municipal de Teresina, entretanto, ele assumiu a Coordenadoria Estadual de Juventude no Governo Wellington Dias. Na Câmara, ele assumiu a presidência da Comissão de Planejamento Urbano, Transporte e Acessibilidade e afirma que levará para a pauta de discussões, temas como a melhoria do transporte público, o uso do Uber, entre outros. Em entrevista exclusiva ao DIA, Deolindo comentou ainda o debate interno para a presidência do Diretório Estadual do PT e defendeu o nome do ex-prefeito de União, José Barros. Falou também sobre a polêmica discussão envolvendo a acomodação de aliados no Governo e defendeu que pastas como Sesapi e Sasc permaneçam com o PT por “serem a cara do partido”. O petista disse ainda que defende uma aliança política entre o prefeito Firmino Filho (PSDB) e o governador Wellington Dias e que o PT receberia o apoio do tucano “de braços abertos”, mesmo estando em lados antagônicos na política nacional. Confira: 

O vereador Deolindo Moura (Fotos: Elias Fontenele/ O Dia)

Você já foi coordenador da Juventude. Como avalia sua atuação junto ao movimento? Acredita que a saída do executivo para o legislativo lhe dará uma experiência maior na condução dos trabalhos na Câmara? 

Eu quero é poder contribuir com a minha cidade, seja no executivo, seja no legislativo. Acho que aqui na Câmara tenho buscado isso, colaborando com aquilo que acho importante para a nossa gente. Tive a honra de fazer parte da equipe do governador Wellington Dias, onde eu administrava uma pasta de juventude, onde temos que usar de muita criatividade e relação com outras secretarias porque a coordenadoria de Juventude trabalha na transversalidade da politica de juventude no Governo do Estado. Isso me ajudou muito e fez com que eu pudesse conseguir relações importantes que traremos para o nosso mandato. Fui candidato em 2012, sem experiência na politica e tive 1521 votos. Aquele movimento também foi importante naquele momento e, hoje, como vereador, eu vejo que podemos contribuir muito no legislativo, basta ter disponibilidade para trabalhar. Eu tenho agenda nas comunidades, e temos buscar trazer os debates para a Câmara sem ter medo do debate. A gente não pode fugir de alguns debates. Trouxe para a discussão na Câmara, a questão do Uber, um aplicativo que, por um lado oferece um serviço mais barato para a população, mas por outro não tem nenhum tipo de regularização. Ou seja, funciona de forma clandestina. 

Tivemos reunião com os motoristas de taxi, mototaxis, e com os motoristas do Uber. Inclusive você veio dos movimentos populares, estudantis, participou de movimentos contra o aumento. Como está sua relação com as bases desse movimento? 

Hoje eu sou vereador da cidade. Sou oriundo do movimento estudantil e tenho muito orgulho da trajetória que a gente seguiu. Basta a gente observar que a passagem de ônibus continua custando R$ 1,05, mesmo preço das ultimas manifestações que fizemos há cinco anos. Nossa relação continua, agora de forma a contribuir aqui como vereador. Eu acho que um mandato de vereador serve para reforçarmos essas lutas, essa bagagem que a gente trouxe, das ruas para a Câmara Municipal. Não tenho dúvidas que esse foi um dos elementos que fizeram com que a população achasse importante ter um representante aqui. Eu venho buscando aquilo que foi uma característica nossa: ser um político propositivo. Sempre quis propor coisa que fossem importantes para a população. Sempre busquei um consenso. É preciso sempre buscar o diálogo com o setor público. Quem resolve as demandas do transporte coletivo é o setor público. A população vai para a rua, da sua contribuição cobrando. Como vereador, nosso papel é legislar e cobrar aquilo que é de interesse da população. 

 Na divisão das comissões técnicas da Câmara, você ficou com a presidência da Comissão de Planejamento Urbano, Transporte e Acessibilidade. Já tem algum projeto relacionado a essas áreas que pretende discutir na Casa?

Meu primeiro ato enquanto vereador foi propor uma lei que mudasse o Conselho de Transporte Coletivo, garantindo que nesse conselho tenha a presença do Ministério Público e mais um representante do movimento estudantil, de preferência gente do curso de administração de empresas, contabilidade, direito, porque são cursos que têm a ver com a questão lógica. Fizemos isso para garantir maior legitimidade, mas também uma maior transparência da planilha. O grande problema hoje é que a população paga uma tarifa cara e não sabe como se chegou a esse cálculo da tarifa. Já conversamos com o prefeito sobre o assunto e ele também já demonstrou interesse, assim como nos informou da aquisição de 100 novos ônibus com ar condicionado no transporte coletivo. Também nessa área de transporte, protocolamos uma solicitação de uma audiência pública para tratar da questão do transporte da pessoa com deficiência. Vamos visitar os corredores de ônibus, os terminais de integração e esperamos que deem certo e possam garantir uma melhor mobilidade urbana na nossa capital, garantindo conforto e acessibilidade. Vamos discutir também a questão do Uber, nos reunindo com todos os envolvidos. 

Você falou sobre inserir representantes do Ministério Público e Estudantes para que se chegar à uma opinião mais técnica em relação a tarifa. Seria algo para se definir um valor que fosse, digamos assim, mais real, já que muitos defendem, inclusive, o passe livre? 

No que diz respeito ao passe livre estudantil, sou defensor. Vale lembrar que, desde aquelas nossas lutas, ainda em 2012, nós temos uma passagem que hoje nem é mais meia, é um terço. A passagem estudantil é um terço da tarifa e está congelada há cinco anos. Isso vai chegar a um valor irrisório e, acredito que, mais na frente, teremos o passe livre estudantil. Sou muito feliz por ter iniciado essa luta junto com os demais estudantes da época. Hoje, sem dúvida nenhuma, a transparência da planilha é hoje o grande gargalo dessa questão do aumento. A população paga uma tarifa que não sabe por que aumentou 20%. Nada na cidade aumentou 20%. Como se chegou a esse cálculo? São coisas como essa que, quando temos pessoas mais técnicas fazendo análise dessa planilha, teremos, sem dúvida, um maior esclarecimento desse valor. 

 A Prefeitura tem dito sempre que dispende um valor significativo da passagem para bancar, inclusive, esse congelamento da passagem estudantil. De que forma a Câmara pode dar uma contribuição mais efetiva nesse assunto? 

Da nossa parte é buscar fiscalizar. Quando o aumento foi dado, não tínhamos nem iniciado os trabalhos ainda como vereadores. Mesmo assim, estamos buscando compreender essa logica estabelecida pela Prefeitura. Estive com o prefeito e ele alega que, desde 2013 a Prefeitura subsidiou a tarifa do estudante e que estava dividindo com a população esse subsídio. Nós entendemos que a população não pode ser penalizada. Nós temos como chegar a um transporte público que pode até aumentar seu valor, mas que ele possa dar mais conforto e trazer mais rapidez ao usuário. Hoje ele é caro e ruim.

A entrevista completa você confere na edição desta sábado (18) do Jornal O Dia.

Por: Mayara Martins - Jornal O Dia
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