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Nova PGR diz que encontrou Temer às 22h de terça para discutir posse

Dodge esteve no Palácio do Jaburu por volta das 22h de terça, segundo imagens registradas por um cinegrafista da TV Globo.

09/08/2017 11:30

A subprocuradora da República Raquel Dodge, sucessora de Rodrigo Janot no comando da PGR (Procuradoria-Geral da República), afirmou à Folha que se reuniu com o presidente Michel Temer na noite de terça (8) para discutir a agenda de sua posse no cargo, em setembro.

"O presidente indagava sobre a data e horário possível para a minha posse, pois precisa viajar para os Estados Unidos no dia 18 de setembro, segunda, para fazer a abertura da Assembleia Geral da ONU no dia 19. O mandato do PGR termina no dia 17, domingo", disse Dodge.

(Foto: Lula Marques/ AgPT)

"Por esta razão, a posse será de manhã, em vez do final da tarde", afirmou.

Dodge esteve no Palácio do Jaburu por volta das 22h de terça, segundo imagens registradas por um cinegrafista da TV Globo.

O encontro não constava da agenda oficial de Temer. O Palácio do Planalto confirmou a informação de Dodge sobre o motivo da conversa.

O encontro de Temer com Dodge ocorreu no mesmo dia em que a defesa do presidente entrou com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) de suspeição de Janot nas investigações. Os advogados do peemedebista alegam que o procurador-geral atua para perseguir pessoalmente o presidente. O procurador-geral não comentou o assunto.

A Folha questionou o Planalto sobre a razão de o encontro ocorrer fora da agenda oficial. Ele afirmou que ambos combinaram a reunião em cima da hora, por telefone, naquela mesma noite.

Dodge foi indicada por Temer para assumir o cargo de procuradora-geral da República. Seu nome foi aprovado pelo Senado. Ela foi a segunda colocada na lista tríplice em eleição realizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Caberá a Dodge comandar todo o trabalho da PGR, incluindo as investigações da Lava Jato.

O presidente Temer foi denunciado por Janot por corrupção passiva, sob acusação de ser o beneficiário de uma mala de R$ 500 mil da JBS entregue a seu ex-assessor Rodrigo da Rocha Loures. A Câmara barrou o andamento da denúncia na semana passada.

O peemedebista é alvo de mais duas investigações na PGR: uma por obstrução de Justiça e outra por organização criminosa. A expectativa é que ele seja denunciado até o fim do mandato de Janot.

No domingo (6), Temer recebeu, também fora da agenda oficial, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

O escândalo da JBS tem como ponto central um encontro de Temer com Joesley Batista, delator e sócio da JBS, no dia 7 de março no Jaburu. A conversa ocorrida no fim da noite daquele dia não foi divulgada na agenda oficial do presidente.

Fonte: Folha de São Paulo
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