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Notas fiscais mostram que OAS pagou por móveis para triplex e sítio

Compras foram feitas em uma mesma loja na Faria Lima, em São Paulo. MP investiga se família de ex-presidente Lula tem relação com os imóveis.

04/02/2016 09:36

O Jornal Nacional teve acesso a pedidos de compra e notas fiscais de móveis planejados para um apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista, e o sítio em Atibaia, interior do estado, frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família. Investigações apontam que as duas compras, feitas em uma mesma loja, em São Paulo, foram pagas pela construtora OAS.

O sítio e o triplex são decorados com móveis planejados de grife, comprados por uma loja da Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, e foram pagos pela construtora OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras. A informação foi publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na edição de sábado.

Edifício Solaris (Foto: Divulgação)

Uma das notas fiscais foi emitida no dia 12 de novembro de 2014 no valor de R$ 78.800. O endereço de entrega é o Edifício Solaris, na praia das Astúrias, no Guarujá, que tem vários apartamentos sob investigação da Operação Lava Jato e do Ministério Público de São Paulo.

A nota mostra que quem comprou foi a Construtora OAS. Segundo as investigações, a cozinha plenjada foi entregue no triplex 164-A. A instalação dos móveis teria sido feita depois de uma reforma bancada pela OAS, entre abril e setembro de 2014. O empreiteiro que fez a obra diz que ela custou R$ 770 mil.

O MP-SP investiga a suspeita que o ex-presidente Lula seja o verdadeiro dono do apartamento, que está em nome da OAS. O Instituto Lula admitiu que o ex-presidente visitou o apartamento em companhia do presidente da construtora, mas que Lula desistiu da compra.

Os promotores questionam o fato de a OAS ter gastado tanto dinheiro em uma reforma sem um comprador pré-reservado.

O MP investiga outra compra de móveis, para o sítio em Atibaia, muito frequentado pela família do ex-presidente Lula nos fins de semana. Há suspeitas que Lula também seja o dono da propriedade. Segundo a investigação, assim como no Guarujá, a OAS pagou pela cozinha planejada e aos eletrodomésticos no sítio.

O pedido de compra foi em 13 de março de 2014. Além da cozinha planejada de R$ 28 mil, refrigerador de R$ 9,7 mil lava-louças de R$ 9,1 mil, forno elétrico de R$ 10,1  uma bancada de R$ 43 mil e outros ítens. O valor total da compra foi de R$ 130 mil.

No local do endereço na nota consta Sítio Santa Bárbara, que a família de Lula frenquenta. A nota fiscal está em nome de Fernando Bittar, oficialmente um dos donos do sítio em Atibaia ao lado de Jonas Suassuna. Os dois são sócios de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente.

O que os produtores querem saber por que a construtora OAS pagou por uma compra feita por Fernando Bittar.

A construtora OAS não quis comentar o assunto. O Instituto Lula não respondeu às perguntas da reportagem. O JN não conseguiu falar com Fernando Bittar.

Investigação
De acordo com a investigação do Ministério Público, no fim de 2009, nove empreendimentos inacabados da Bancoop foram assumidos pela construtora OAS. Um deles é justamente o prédio onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria um imóvel e onde Vaccari, em depoimento, disse ser proprietário de um apartamento.
A defesa do ex-presidente argumenta que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop. A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS, investigada na Operação Lava Jato.

Desde que as investigações vieram à tona, a Bancoop informou que a transferência de empreeendimentos para outras construtoras foi resultado de um acordo com o Ministério Público e que não tem mais qualquer relação com esses empreendimentos. O PT afirmou que todas as doações que o partido recebeu foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.


Fonte: G1
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