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Marcelo Castro diz que Michel Temer não vai prejudicar o Piauí, caso assuma

Ex-ministro da Saúde considera que, apesar do momento de crise, vice-presidente mantém boa relação com o governador Wellington Dias e com outras autoridades políticas do Estado.

02/05/2016 16:41

Em sua primeira reunião no diretório regional do PMDB no Piauí após pedir exoneração do Ministério da Saúde, o deputado federal Marcelo Castro disse que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) é um político de boa índole, e, portanto, não vai prejudicar o Piauí caso assuma a Presidência da República, pelo fato de o Estado ser governado por um petista.

Marcelo afirma que Temer sempre manteve boas relações com Wellington Dias (PT) e com outras autoridades políticas do Estado, e acredita que esses vínculos não serão abalados por conta do atual momento de crise política, personificada pelo antagonismo entre PT e PMDB.

O ex-ministro também afirmou que está sendo bem recebido pelos correligionários piauienses, mesmo tendo divergido da posição majoritária da sigla e votado contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), na votação que ocorreu no dia 17 de abril, na Câmara Federal.

O deputado federal Marcelo Castro concedeu entrevista na sede do diretório estadual do PMDB no Piauí (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

Marcelo disse que já conversou com deputados estaduais e com outros políticos de destaque no Piauí, com deputados federais peemedebistas de outros Estados e, inclusive, com pessoas próximas ao vice Michel Temer, e todos teriam concordado que ele não tinha outra alternativa, a não ser apoiar a presidente. 

O deputado repetiu o que declarou em entrevista exclusiva que concedeu a O DIA em 14 de abril, ressaltando que agiria com incoerência se deixasse o Ministério da Saúde três dias antes da votação do processo de impeachment e se posicionasse contra o Governo do qual fez parte por cerca de sete meses.

Castro considera que Dilma Rousseff está sendo injustiçada, e reitera que ela não cometeu qualquer crime que justifique seu impedimento.

"O que estão fazendo com a presidente Dilma é uma injustiça e um ato de violência. Impeachment é coisa séria no presidencialismo. O Brasil não é parlamentarismo. No parlamentarismo o povo elege os parlamentares. Eles se reúnem, escolhem o primeiro ministro e ele vai ser o chefe de Governo.  No presidencialismo o presidente recebe um mandato dado diretamente pelo povo. O Congresso não está acima do povo. O presidente só pode ser cassado se cometer crime de responsabilidade. No caso da presidente Dilma não existe esse crime. Ela não desrespeitou nenhuma lei", sustenta Marcelo.

Verbas para o Piauí

O deputado federal afirmou ainda que, enquanto esteve à frente do Ministério da Saúde, procurou destravar todas as pendências envolvendo o Piauí que se acumulavam na pasta nos últimos anos. Isso possibilitou a liberação de recursos para a saúde em diversos municípios piauienses, bem como a realização de novos investimentos no Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha (HUT).

Na gestão de Marcelo, o Ministério da Saúde também liberou os recursos necessários para a conclusão da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), permitindo que a capital ganhasse sua segunda unidade credenciada para o atendimento de pacientes com câncer através do Sistema Único de Saúde (SUS). Além do HU-UFPI, o Hospital São Marcos é a outra unidade credenciada.

Serão beneficiados com o atendimento oncológico no Hospital Universitário os pacientes dos territórios Entre Rios, Carnaubais, Cocais e Planície Litorânea, além de 27 municípios do Maranhão. Ao todo, o HU oferecerá 25 leitos de internação, cinco leitos de UTI e 12 poltronas para tratamento ambulatorial de quimioterapia.

A Unacon se voltará para o tratamento dos cinco tipos de cânceres com maior incidência no Piauí, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA): próstata, mama feminina, colo do útero, pulmão e colo retal. Serão ofertados o tratamento ambulatorial e hospitalar, baseado em cirurgia, quimioterapia e hormonioterapia.

Por: Cícero Portela e João Magalhães
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