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Lula ataca Bolsonaro e diz que fará regulação da imprensa se for eleito

Líder petista fez críticas ao trabalho da imprensa e também disse que a estratégia de seus opositores acabou por "parir" a candidatura de Jair Bolsonaro.

12/08/2017 11:26

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11) que ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) erraram por não terem levado em frente o projeto de regulação dos meios de comunicação. Em discurso durante evento na FND (Faculdade Nacional de Direito), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o líder petista fez críticas ao trabalho da imprensa e também disse que a estratégia de seus opositores acabou por "parir" a candidatura de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), tido por ele como um político de extrema-direita.

"A Dilma errou e eu errei quando não fizemos a regulação dos meios de comunicação. Eles têm que saber que eles vão ter que trabalhar muito para não deixar que eu volte a ser candidato. Se eu for candidato, eu vou ganhar e vou fazer a regulação dos meios de comunicação", afirmou.

Dilma barrou projetos sobre o tema em seu primeiro mandato. Já no segundo chegou a debater a eventual regulamentação econômica da mídia, com base no fato da Constituição impedir a formação de monopólios ou oligopólios nos meios de comunicação. Na ocasião, críticos disseram que mudanças poderiam resultar em controle da imprensa e restrições à liberdade de expressão. As propostas de modificação na lei não avançaram. 

Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

"Juntar os cacos"

Para Lula, para ter chances de vencer o pleito do ano que vem e regressar à chefia do Executivo nacional, a esquerda precisa "juntar os cacos" e se unir para duelar com o que ele considera ser uma corrente conservadora. "Tudo que eles [seus opositores] fizeram no país contra nós foi parir o Bolsonaro", disse. "Eles já sabem qual é o defeito do Bolsonaro. (...) É o que eles deixaram", disse.

Na última pesquisa Datafolha para as eleições de 2018, publicada no fim de junho, Lula aparece na liderança nos cenários atualmente mais prováveis, com Bolsonaro e a ex-ministra Marina Silva (Rede) empatados em segundo lugar.

Pouco antes de Lula assumir o microfone no evento, Dilma --destituída do cargo após processo de impeachment-- também alfinetou o hoje pré-candidato à Presidência da República. "Eles [PSDB] são tão irresponsáveis que acabaram por viabilizar o que há de mais conservador neste país, que é o Bolsonaro", disse ela.

Quase indo às lágrimas, Lula afirmou ainda que o juiz Sergio Moro, que o condenou no processo do tríplex do Guarujá, os procuradores do Ministério Público Federal e Polícia Federal não seriam "mais honestos" do que ele.

Na avaliação do ex-presidente, a Justiça estaria se pautando pela opinião pública em relação aos processos da Lava Jato, e não pelos elementos e provas apresentadas nas ações penais.

O petista disse ainda que, se o MP e a PF provarem que ele tem "um real na conta que não tenha sido honesto", ele voltaria à Faculdade Nacional de Direito, onde discursou, para pedir desculpas ao público presente. "Eles é que têm que provar que eu sou culpado", afirmou Lula, ressalvando a presunção de inocência.

O ex-presidente afirmou que pessoas próximas a ele têm dado conselhos para que se "contenha" por ser réu em processos da Lava Jato. "Eu fico me contendo, mas que direito um cidadão tem, mesmo sendo juiz, procurador do Ministério Público ou delegado com prerrogativas constitucionais, de dizer que eu roubei?", questionou o político.

Dilma endossou as palavras de Lula e também afirmou que há uma tentativa em curso de "tirar do povo o direito de escolher os seus representantes". Ela citou o projeto de reforma política, que, na avaliação da petista, consiste em um "segundo tempo do golpe", "mais radical" e "com mais retrocesso".

"Eles querem riscar do mapa qualquer oposição política de esquerda e de resistência", disse.

Fonte: UOL
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