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Lobista piauiense depõe na CPI do Carf e nega participação em esquema

Halysson Carvalho Silva é acusado de extorsão e teria sido contratado por uma empresa para ameaçar lobistas

19/05/2016 16:22

Dois dos três convocados para depor na reunião de hoje da CPI do Carf negaram ter atuado em irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda encarregado de julgar recursos de empresas autuadas pela Receita Federal.

Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

O advogado Eduardo Gonçalves Valadão e o piauiense Halysson Carvalho Silva, amparados por habeas corpus que dão a eles o direito de não responder as perguntas, negaram envolvimento com o órgão. 

“Nunca andei no Carf, não sabia nem o que era o Carf”, disse Halysson. Ele é acusado de extorsão e teria sido contratado pela empresa de consultoria SGR para ameaçar os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, sócios da empresa de consultoria Marcondes e Mautoni, para pagarem propina relativa à aprovação de medida provisória que teria beneficiado a Mitsubishi do Brasil.

Marcondes, em depoimento à CPI, preferiu ficar calado, mas confirmou com um gesto de cabeça ter sido ameaçado por Halysson, ao ser questionado pelo deputado Izalci (PSDB-DF).

Valadão, por sua vez, disse que nunca atuou no Carf. “Não sou tributarista, nunca atuei no Carf e não tenho o que colaborar”, disse.

Ele negou também ser sócio da empresa SGR, controlada pelo terceiro depoente convocado para a reunião de hoje da CPI, o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva.

José Ricardo se recusou a responder perguntas sobre as acusações que pesam sobre ele em relação a corrupção em julgamentos do Carf. Ele disse, porém, que nem todas as empresas que recorrem administrativamente ao órgão contra autuações da Receita são sonegadoras. “O que acontece é que o sistema tributário é muito complexo”, disse.

José Ricardo, segundo o Ministério Público Federal, oferecia decisões favoráveis a empresas nos julgamentos do Carf. O pai dele, Eivany Antônio da Silva, é ex-auditor da Receita Federal e fundador da SGR. Também é investigado, acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e extorsão.


De acordo com a Polícia Federal, José Ricardo e Valadão atuaram em um esquema de compra de medidas provisórias (MPs) e corrupção no Carf junto com o lobista Alexandre Paes dos Santos – que também ficou calado em depoimento à CPI. Eles teriam contratado Halysson para pressionar cúmplices que não teriam pago a comissão pelos resultados.

Os três depoentes foram dispensados. Neste momento, os deputados estão votando requerimentos.

Fonte: Câmara dos Deputados
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