O 23º Grito dos Excluídos,
organizado pela Arquidiocese
de Teresina, reúne, na manhã
de hoje (7), movimentos sociais dos mais diversos segmentos para reivindicar direitos e democracia no país. O
ato acontece paralelo às comemorações do desfile cívico
pelo Dia da Independência do
Brasil, em frente à Assembleia
Legislativa do Piauí (Alepi) e,
entre as denúncias e reivindicações, destaca-se o protesto
contra a Reforma Trabalhista,
proposta pelo atual Governo.
O movimento acontece em
todo o país hoje e é uma iniciativa da Igreja Católica a fim
de chamar a atenção das autoridades para a preservação
da vida e das minorias, assim
como para dar destaque às reivindicações socais. Por isso, o
tema do ato deste ano é
“Por Direitos e Democracia, a luta é todo o dia”.
Líderes se reuniram para traçar as estratégias de como chamar a atenção da população no ato (Foto: Divulgação)
O presidente da Central
Única dos Trabalhadores, Paulo Bezerrra, que também está participando
do ato, destaca que, na ocasião, será feita uma coleta de
assinaturas pedindo a revogação da Reforma Trabalhista.
“Isso vai ser feito em todos os
atos, em todo o país, teremos
faixas e cartazes contra a reforma e demais injustiças”, frisa.
Adonias Moura, representante da Caritas Brasileira
Regional do Piauí, também
participa da manifestação e
vê no tema desta edição uma
forma de exercer a democracia. “A igreja como um todo
sempre teve essa preocupação de fazer essa grande manifestação trazendo todas as
questões de direitos violados. Precisamos reivindicar
e, nesse contexto atual, nada
mais necessário que a gente trazer a democracia para
mostrar que ela não se exerce somente através do voto,
mas também quando vamos
para as ruas fazer nosso pronunciamento e mostrar o que
infelizmente ameaça e agride
nossos direitos”, destaca.
Uma das coordenadoras do
Grito dos Excluídos, Ana Lúcia Corbani, explica que cada
grupo estará com sua bandeira, mas todos lutando pelos direitos e democracia do
país. “O Brasil nunca passou
por uma agitação tão caótica
de negação dos nossos direitos conquistados pela Constituição de 1988. O objetivo
é mostrar nossa insatisfação,
denunciar essa negação, a corrupção; no Piauí, se posicionar contra um projeto do agronegócio que está destruindo o
serrado e entregando o Estado
para multinacionais e, principalmente, contra as reformas
trabalhistas, queremos revogar, porque ela é injusta e antiética”, enfatiza.
O ato foi organizado com os
grupos através de reuniões, a
última foi feita na manhã de
ontem (6), quando foram definidas as estratégias de como
chamar a atenção da população e como se organizarem
durante o ato.
Origem
A proposta do Grito surgiu
no Brasil em 1994. A primeira
edição foi realizada em setembro de 1995, motivado pelo
tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano: “A
Fraternidade e os excluídos”. A
ideia era atrair os olhares voltados para a simbologia do dia
7 de setembro. No ano seguinte, em 1996, a Assembleia Geral dos Bispos discutiu e aprovou o Grito dos Excluídos.
Edição: Virgiane PassosPor: Karoll Oliveira