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Greve na Adapi deve comprometer campanha de vacinação contra aftosa

Servidores protestam contra a Lei do Enquadramento, o PLC 257 e contra as más condições de trabalho.

19/05/2016 17:08

Servidores da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi) deflagraram uma greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (18), em protesto contra a lei estadual 6.772/2016, a chamada Lei do Enquadramento, que deve inviabilizar a promoção e progressão de milhares de servidores públicos de diversos órgãos estaduais.

Segundo Gregório Júnior, presidente da Asdapi - Sindical (sindicato dos servidores), a expectativa é que a adesão ao movimento grevista chegue a 90%.

A entidade sindical alerta que a greve pode comprometer de forma irreparável a campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado, lançada no dia 7 de maio. "Com essa alta adesão à greve fica comprometida não somente a campanha de vacinação de febre aftosa, como ficam abertas todas as barreiras sanitárias, permitindo dessa forma a entrada de doenças altamente letais, tanto para os animais como para o homem. Um exemplo foi um caso de mormo que ocorreu agora em Bom Jesus, que pode passar para humanos e é altamente letal. Essa doença [que afeta equinos e felinos] antes não existia no Estado, mas hoje já aparece em alguns municípios piauienses", alerta Gregório Júnior.

 

Greve dos servidores da Adapi pode facilitar a proliferação de doenças graves em animais. Em Bom Jesus, por exemplo, foi registrado o caso de um equino com mormo, que é letal e pode ser transmitida a humanos

Nesta sexta-feira (20), às 9h30, os servidores em greve vão realizar um ato em frente à sede da Adapi em Teresina, localizada na Rua 19 de novembro, 1980, Morro da Esperança. Na oportunidade os trabalhadores vão denunciar o retrocesso representado pela Lei do Enquadramento e outras questões consideradas graves pela categoria, como as más condições de trabalho.

Outra reivindicação dos trabalhadores é que os cargos em comissão da área técnica sejam preenchidos apenas por servidores efetivos da Adapi. Hoje, de acordo com Gregório Júnior, estes postos são ocupados por indicados políticos em boa parte dos municípios piauienses.

Outra crítica dos grevistas à lei do Governo Wellington Dias (PT) diz respeito ao fato de ela não afetar outras categorias, que estariam sendo privilegiadas. Diz o parágrafo 1 do artigo 1º da lei 6.772/16: "A presente lei não é aplicável à Secretaria de Estado da Fazenda, à Procuradoria Geral do Estado, à Controladoria Geral do Estado, à Polícia Civil, ao Corpo de Bombeiros Militares e à Polícia Militar do Estado do Piauí, que já possuem quadros de cargos de carreira ou de provimento isolado, previstos em suas respectivas leis de organização."

O sindicalista denuncia que há casos de servidores comissionados que estão fazendo uso pessoal de veículos oficiais da Adapi, ou mesmo usando esses veículos para fazer campanha em prol dos políticos que os indicaram.

Os servidores também protestam contra a PLC 2572016, que corta uma série de direitos dos servidores públicos do país. 

O projeto foi imposto pelo Governo Federal como uma condição para renegociar a dívida dos Estados, e estabelece uma série de medidas que são consideradas um retrocesso para o serviço público - como o congelamento salarial, corte de até 30% em benefícios, restrição a novas contratações, aumento da contribuição previdenciária dos trabalhadores, dentre outras ações.

 

 

Por: Cícero Portela
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