O vereador Dudu (PT) está acusando a Prefeitura de Teresina de deixar a população da Av. Boa Esperança, que passa pela segunda fase de implantação do Projeto Lagoas do Norte, adoecida. Para o vereador, é necessário que a Prefeitura abra canal de diálogo com a população, já que outros casos de depressão dentre a população, sobretudo, idosa, continuam a acontecer.

Dudu afirma que não é contra o projeto de urbanização da prefeitura, mas acusa que atualmente a situação da população é delicada, pois viveu a sua vida inteira ali e agora não sabe para onde vai, tendo a prefeitura sinalizado a mudança de parte da população para o Bairro Santa Maria da Codipi.

Francisca Oliveira, moradora do local e também articuladora do movimento em defesa da permanência da população, afirma que ninguém está disposto a sair do local, pois não querem modificar seu modo de vida, que se consolidou em uma relação de troca com a natureza. Na margem do rio, ela explica que está o sustento da população. “Não queremos sair daqui para ir para um bairro mais longe e precário, porque apesar da precariedade de transporte público, aqui é muito próximo de tudo, inclusive do Centro”, diz.

Para o promotor de Justiça Fernando Santos, que também acompanha a situação das famílias no local, a Prefeitura segue sendo contraditória, pois no documento apresentado ao Banco Mundial, financiador do projeto, o Município não apontou qualquer menção ao dique. Ao contrário, no documento, segundo o promotor, a justificativa para retirada da população é a duplicação da Avenida. O movimento em defesa da permanência questiona também porque em vez de retirar a população, a prefeitura não mexe com o lado oposto que abriga a rede moteleira. “Este é um desenvolvimento que exclui a população”, diz Francisca.

Procurada pela equipe de reportagem do ODIA, a Prefeitura se pronunciou mediante nota: “O que a Prefeitura de Teresina está fazendo na região que abrange o Programa Lagoas do Norte é o maior investimento público que esta cidade já teve e que já está sendo responsável pela transformação da vida das pessoas que residem na área”.

 Segundo a Prefeitura, nenhuma família foi cadastrada e/ou removida de suas casas na região do Dique da Boa Esperança. “Ao contrário, tudo o que está sendo feito é uma discussão que envolve, além da Prefeitura de Teresina, as pessoas que moram na área e o Ministério Público”, afirma a nota.

Por: Sarah Fontenelle - Jornal O Dia