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Dilma diz que não renuncia: 'É um dever meu resistir, resistir e resistir!'

Presidente afastada disse que Governo Temer quer aprovar medidas que provocarão um retrocesso nas conquistas sociais e trabalhistas.

15/07/2016 18:57

Em visita a Teresina nesta sexta-feira (15), a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) voltou a afirmar que está sendo alvo de um golpe e que o atual Governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) está trabalhando para aprovar uma série de medidas que resultarão num enorme retrocesso social, com consequências graves para os direitos trabalhistas e para a população mais humilde.

Presidente afastada recebeu homenagens de representantes de movimentos sociais (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

Dilma disse que uma das medidas planejadas pelo governo peemedebista é acabar com o Sistema Único de Saúde (SUS) e obrigar os brasileiros a aderirem a um plano de saúde popular, que, além de ser oneroso, ainda não ofereceria a cobertura integral dos procedimentos de saúde.

A presidente afastada também lembrou que, na semana passada, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, sugeriu, durante uma reunião com Temer e com empresários do setor, que a jornada de trabalho no país fosse aumentada de 44 para 80 horas semanais. 

O governador Wellington Dias (PT), a deputada federal Rejane Dias (PT), os senadores Elmano Férrer (PTB) e Regina Souza (PT) e outros parlamentares da bancada federal do Piauí prestigiaram o evento com a presidente Dilma Rousseff; o vereador Paulo Roberto da Iluminação (PTB) representou a Câmara Municipal (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

Para Dilma, embora a ideia não tenha sido aprovada ainda, só o fato de ela ter sido discutida entre Michel Temer e os donos das indústrias já é uma demonstração de desrespeito com o povo brasileiro por parte do atual governo - "provisório e ilegítimo", segundo a presidente afastada.

A petista também citou algumas das principais conquistas alcançadas nos 13 anos em que o PT esteve à frente do Governo Federal, como a construção de milhões de moradias por meio do programa "Minha Casa, Minha Vida", e a saída do Brasil do mapa da fome da ONU (Organização das Nações Unidas).

Dilma também afirmou que não renunciou e não desistiu de enfrentar o "golpe" em consideração aos mais de 54 milhões de votos que recebeu no pleito de outubro de 2014, que a motivam a seguir até o fim. 

Dilma foi agraciada com Medalha do Mérito Renascença, além de ter recebido o título de cidadã teresinense e a Medalha Heróis do Jenipapo (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

"Eu acho que é um dever meu resistir, resistir, resistir! E uma coisa que me dá força e que me dá luz é essa manifestação de vocês. Me dá força porque eu sei por quem eu tenho de lutar. E me dá luz porque é graças às palavras de todos aqui que nós encontramos o caminho. Nós vamos ser capazes, assim que eu voltar à Presidência, de pacificar este país, de criar um ambiente verdadeiro de salvação nacional. Não esse aí do salve-se quem puder, mas a verdadeira salvação de todos os brasileiros e brasileiras. E nós seremos capazes também de construir um caminho para o Brasil voltar a crescer, para que a gente possa garantir que todo esse imenso esforço dos últimos 13 anos, feito desde o primeiro governo do presidente Lula, para que a gente superasse a imensa desigualdade deste país", afirmou.

A presidente afastada também pediu o apoio de seus apoiadores para aumentarem a mobilização popular no sentido de derrubar seu processo de impedimento no Senado Federal. "Hoje eu estou aqui diante de vocês, e sei que juntos nós seremos capazes. Eu vou lutar em todas as frentes, e peço a vocês que falem com seus vizinhos,com seus amigos, e que nós criemos no Brasil um ambiente para fortalecer essa democracia que a gente construiu com tanta dificuldade", concluiu Dilma. 

Além de ter recebido o título de cidadã teresinense, Dilma também foi agraciada com a Medalha Heróis do Jenipapo e com a Medalha do Mérito Renascença.

Por: Cícero Portela
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