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Crise faz Estado usar R$ 240 milhões de investimentos

Recursos para investimentos estão sendo utilizados em custeio da máquina

27/09/2016 07:46

A sucessiva queda de repasses do Fundo de Participação do Estado (FPE) para o Piauí fez com o Governo do Estado tivesse que deslocar cerca de R$ 240 milhões que deveriam ser usados em investimento para custear a máquina administrativa. “Foi essa a alternativa que encontramos para evitar a paralisação dos serviços públicos e o pagamento do salário dos servidores”, disse o governador Wellington Dias (PT), na manhã de ontem (26), ao inaugurar o Centro de Artes Marciais Sarah Menezes, no bairro Sacy, zona Sul de Teresina. 

Wellington alertou que, mesmo com o crescimento da economia do Estado, através do aumento da arrecadação própria, a situação financeira tem se agravado. “Mesmo quem tem condição de investir, gerar emprego [como é o caso do Piauí], está sendo prejudicado”, disse o governador, lembrando o que o dinheiro do investimento está tendo outra utilização. 

Wellington apela ao Governo Federal para auxiliar Estado (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

Na semana passada, 20 governadores, dentre eles o do Piauí, reuniram-se para reivindicar ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), a liberação imediata de R$ 7 bilhões para socorrer os estados, que estão com a folha de pagamento atrasada e com dificuldades para manter o funcionamento da máquina. ”Eram 21 estados atrasando a folha, agora são 22. O problema é sério e o governo precisa tratar isso com urgência”, frisou. 

Os governadores terão agora o apoio dos fóruns de deputados e senadores para pressionar Temer a atender o pleito deles. A expectativa é que, após as eleições municipais, o presidente receba os governadores e decida se irá liberar o recurso, e como será isso. Dos R$ 7 bilhões, o Piauí teria direito a R$ 400 milhões.

Em meio à crise, Secretário Franzé vê dificuldades em conceder aumento salarial para servidores em 2017 

O secretário de Administração Franzé Silva vê muita dificuldade em atender às reivindicações salariais dos servidores em 2017, devido à crise econômica. Para ele, a redução constante de repasses federais está prejudicando as finanças. O orçamento do Executivo para 2017 será, por exemplo, bem conservador, na previsão do próprio secretário. 

“Não sabemos a rota de desenvolvimento que o Brasil vai tomar no próximo ano e por isso temos que elaborar um orçamento prudente. Não há nada que indique que vá haver melhoria nas transferências federais constitucionais”, explicou o secretário. 

Apesar da grande dificuldade financeira de 2016, Franzé conta que o Governo honrou todos os compromissos feitos com servidores do Estado, em relação a reajustes e a parcelamento de reajustes, cumprindo assim os acordos feitos no governo anterior, de Wilson Martins (PSB) e Zé Filho (PMDB). “Fizemos um orçamento cauteloso de 2015 para 2016 e assim queremos proceder para 2017”, explica. 

Franzé diz que o Estado quer até o final desta semana chamar mais 101 concursados para assumirem na Secretaria de Segurança Pública. “Como estamos no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, nós temos que consultar o TCE o MP para ver se é possível chamar esses concursados sem que o Piauí seja punido, já que o Estado já se encontra no limite prudencial”, ponderou.

Por: Robert Pedrosa - Jornal O DIA
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