Em nota à imprensa nesta segunda-feira (27), a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) informou que o governo federal indicou o oficial de inteligência Janér Tesch Hosken Alvarenga para o cargo de diretor-geral do órgão. O indicado só será empossado após passar por sabatina no Congresso, ainda sem data definida.
Segundo a agência, o nome "foi selecionado" pelo ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, Sérgio Etchegoyen, e pelo presidente interino, Michel Temer.
Conforme a Abin, Alvarenga ocupou cargos de assessoramento e de direção no GSI "por mais de sete anos, foi superintendente estadual da Abin em Goiás e em Pernambuco, além de adido de inteligência do Brasil na Colômbia".
Conforme a Folha de S.Paulo divulgou em maio passado, a decisão de Temer de recriar o GSI sem antes discutir a ideia com o comando da Abin gerou um pedido de demissão do diretor-geral da agência, Wilson Roberto Trezza, que está no cargo há oito anos.
Wilson Roberto Trezza, ex-diretor-geral da Abin (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Duas semanas antes, Trezza e Temer haviam tido um encontro sigiloso no Palácio do Jaburu, no qual o diretor-geral da Abin pedira que a agência ficasse subordinada diretamente a Temer, "sem intermediários", a fim de cumprir um preceito legal de "assessorar" o presidente. A Abin ressentia-se de um contato mais direto e pessoal com a então presidente, Dilma Rousseff.
A decisão de Temer, porém, foi no sentido contrário, recriando o GSI e na prática afastando ainda mais a Abin do dia a dia da Presidência.
Na nota divulgada à imprensa nesta segunda-feira (27), Trezza manifestou apoio à decisão do governo de indicar um nome "entre os integrantes da carreira de inteligência do órgão".
Fonte: FolhapressPor: Rubens Valente