"É evidente que a caixa de pandora foi aberta, dando vazão às manifestações mais bizarras e violentas de misoginia, machismo, lgbtfobia, racismo e xenofobia, combinadas ao mais descarado desprezo pelos direitos democráticos e conquistas sociais duramente arrancados pelas lutas da classe trabalhadora e movimentos sociais em geral", diz a carta assinada por nomes como Michael Löwy -da EHESS (École des Hautes Études en Sciences Sociales), da França-, Ruy Braga e Heloísa Buarque de Holanda, estes dois das ciências sociais da USP.
Segundo os acadêmicos, Bolsonaro, "hoje à frente das pesquisas eleitorais, sintetiza as ameaças mais diretas à vida, especialmente dos setores mais oprimidos da população, e aos direitos das maiorias trabalhadoras, através da afirmação de um programa que combina perversamente as propostas fascistizantes no campo das ideias e dos costumes - 'escola sem partido' e combate à 'ideologia de gênero', mixados a fundamentalismo religioso e preconceitos de todo tipo - com as propostas de política econômica mais radicalmente neoliberais".
O texto dá uma alfinetada nos candidatos à esquerda mais bem posicionados, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), ao dizer que é de Boulos "a única candidatura que combina a denúncia e a resistência ao golpe de 2016 e suas consequências desastrosas, com a coerência de não se aliar a golpistas e às representações de classe da burguesia".
No mesmo dia, o líder do MTST havia criticado alianças de PT com MDB e Ciro com ruralistas.
Fonte: FolhapressPor: Anna Virginia Balloussier