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"œNão pretendo recuar da minha intenção de ser presidente do PROS"

Ziza Carvalho é secretário de Meio Ambiente e primeiro suplente de deputado estadual.

13/03/2016 08:20

ODIA conversou com o primeiro suplente de deputado estadual da coligação governista e secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ziza Carvalho. Sobre as ações da pasta ele informou que vem priorizando a agilidade no processo de licenciamento ambiental, preservação do meio ambiente e proteção a lagoas do Estado e confirmou a autorização para realização de um concurso para auditores ambientais no Piauí. O secretário também comentou os resultados das intensas chuvas que caíram em janeiro, que, segundo ele, são suficientes para garantir o abastecimento de várias cidades por muito tempo. Ziza Carvalho também comentou sobre política e informou que tem políticos de outros partidos interferindo em assuntos internos do PROS. Ele citou ainda que a deputada federal Rejane Dias teria feito acordo com a direção estadual do PROS e isso tem prejudicado sua ascensão a presidência do partido no Piauí. Confira a entrevista:


Uma das principais reclamações de empresários, é sobre o processo de licenciamento ambiental, que pode demorar até 400 dias. Esse processo está mais ágil?


Indiscutivelmente o processo de licenciamento ambiental deu uma boa melhorada nesse ano de 2015. Nós pegamos uma Secretaria com muita dificuldade de pessoal e de tecnologia. Temos apenas 19 auditores ambientais concursados, uma deficiência tecnológica, de recursos tecnológicos, de informática, de sistemas de softwares, para poder desempenhar um bom serviço de licenciamento, mas no setor de licenciamento nós conseguimos destravar grandes volumes de processo que estavam encalhados na parte de outorgas de recursos hídricos. Simplificamos o processo, fizemos uma mudança na legislação. Como deputado, já apresentei quatro projetos de leis, sendo que dois já foram aprovados na Assembleia, que simplificaram o processo de licenciamento de algumas categorias. O governador autorizou a realização do concurso público para aumentar nosso efetivo, ele liberou 24 vagas de auditores ambientais e estamos no processo de contratação da Uespi, que estará lançando nos próximos dias o edital para concurso de auditor ambiental. E esse concurso tem a previsão de descentralização, lotação especifica em algumas cidades do interior do Estado, como Parnaíba, Bom Jesus, Picos e, se não me engano, Piripiri. A demanda continua sendo bem maior que a nossa estrutura de atendimento. No decorrer da nossa gestão procuraremos melhorar cada vez mais.


O senhor falou da expectativa de contratação de mais servidores por meio de concurso. Mas hoje o Governo vem batendo na tecla do corte de despesas. Esse problema pode atrapalhar?


De forma alguma. O governador tem plena consciência que o trabalho da Secretaria de Meio Ambiente é estratégico, a Secretaria, ao aumentar seu efetivo, ela está viabilizando também os empreendimentos que o Estado precisa para se desenvolver e a Secretaria também é uma forma de arrecadação. A Semar é uma Secretaria que arrecada. O governador autorizou a abertura de 24 vagas, mas a nomeação da metade num primeiro momento e o planejamento e a administração do Estado têm conhecimento dessa demanda orçamentaria-financeira para planejar da forma correta a nomeação desses servidores. De forma a não impactar o orçamento do Estado.



Quais são as principais ações de preservação do meio ambiente que estão sendo executadas e acompanhadas pela Secretaria. A gente tem visto assuntos relacionados ao desvio de água da Lagoa do Portinho, por exemplo, a Semar tá acompanhando esse processo?



Quando se falava da seca da Lagoa do Portinho, da Lagoa de Parnaguá e dos demais reservatórios do Piauí, eu sempre batia na tecla que a causa principal disso foram os cinco anos ininterruptos de estiagem que o Piauí teve. A prova disso é que no mês de janeiro em apenas 30 dias as grandes barragens do Piauí sangraram. E até dezembro estavam no volume morto. A Lagoa de Parnaguá, que era a terceira maior lagoa natural do país, ela também tá 100% cheia. Então, a gente tem que ter muito cuidado com o denuncismo, as vezes um pouco afoitos da ocorrência situações antrópicas da atividade humana que as vezes não ocorre.



O senhor acredita que esse volume de chuvas que caiu em janeiro elas são suficientes para garantir o abastecimento até o final do ano?


Em termo de preenchimento dos volumes das barragens, com certeza grande parte delas. Principalmente as que têm grande capacidade de armazenamento, como é o caso de Salinas, Pedra Redonda, de Jenipapo, Petrônio Portela, Porto de Marruá, são barragens que com certeza aguentarão todo o ano com o volume de agua que foi captada, afinal foram mais de 400 milímetros de chuvas que tivemos em janeiro.


Falando de política, o senhor é suplente de deputado estadual pelo PROS e tem lutado para garantir a presidência do partido no Estado. O que tem sido colocado de empecilho para que o senhor venha assumir a presidência do partido e quais são as suas pretensões?


O PROS no Piauí no Piauí foi fundado e teve seu primeiro presidente o deputado Ubiraci Carvalho, meu saudoso pai. Infelizmente ele veio a falecer em 2014, fato que me fez entrar na carreira política e me e assumi a liderança desse partido no Piauí. Naquela época, o partido tinha passado a presidência do Amauri Araújo. O presidente do PROS nacional me chamou assim que eu tomei posse como deputado estadual e fez a seguinte proposta: que eu instalasse o partido em todos os municípios do Piauí que ele passaria, a partir de então, a presidência do PROS para mim. Assim eu fiz. Nós saímos de 19 diretórios no interior para hoje termos perto de 140. Até o dia 2 de abril que é nosso prazo limite nossa proposta seria chegar aos 224 municípios. Infelizmente, o presidente estadual do PROS no Piauí fez um suposto acordo com o partido da secretária de Educação do Estado, deputada federal Rejane Dias, para que o PROS pudesse acomodar lideranças da deputada no interior, o que causou determinado atrito com algumas lideranças minhas que já estavam instaladas no interior do Estado. Então, cobrei uma posição da presidência nacional, para saber quem ficaria no comando do partido para que eu pudesse me programar com minhas lideranças que ali estavam. E o presidente, em todas as oportunidades que eu estive, me confirmou que eu seria o presidente estadual do PROS. Até mesmo porque eu não tenho nenhum problema em acomodar na base do PROS algumas lideranças da deputada Rejane Dias, porque ela foi a minha deputada federal na minha cidade e na minha região, com as minhas lideranças do PROS. Essas lideranças votaram nela e ela é da base do governador Wellington Dias, assim como eu sou. Então não temos nenhum problema para termos essa divergência partidária. Eu ficaria muito feliz, inclusive, que ela viesse para o PROS para ser a presidente do partido. Mas como não é da intenção dela, eu me julgo no direito de presidir o partido, até mesmo porque sou o único deputado com mandato político no Estado do Piauí. Então, cumpri com o que foi acordado com a direção nacional e estou esperando deles apenas que cumpram com nosso acordo. Se não cumprirem, que me falem mais rápido possível porque eu preciso tomar uma posição para minhas lideranças do interior, que precisam ter segurança para suas candidaturas municipais. A minha eleição é só em 2018, mas eu preciso passar essa segurança para eles.


Se há esse bom relacionamento entre o senhor e a deputada Rejane Dias, entre o PT e o PROS, qual seria essa dificuldade?


Eu não sei. Isso tem que ser perguntado ao pessoal do PT.


O Amauri é uma indicação, ou houve uma influência do PT ou de alguém do PT para que ele fosse escolhido presidente do PROS?


Eu quero acreditar que não. Porque não tem nenhum motivo para meu nome não seja o escolhido. Eu fui o deputado da base do PROS, eu fui a campo pedir voto, eu tive quase 23 mil votos. Eu tive seis prefeitos me acompanhando e mais de de 30 vereadores. Todas as minhas lideranças com exceção de um dos prefeitos, que não votou no governador, todos os outros, toda a minha base, 99% votou no governador Wellington Dias, e uma parte dela na deputada federal Rejane Dias. Então eu quero crer que meu nome não tenha nenhum empecilho para presidir a sigla. Aliás, esse tipo de atitude representa a meu juízo uma deslealdade a partir do momento em que eu sou um deputado da base. Então impedir ascensão no meu partido que eu faço parte e que eu represento a única liderança política com mandato, para mim não atitude de quem é parceiro e de quem está no mesmo lado político.


Nesse processo todo o senhor colocou algum prazo? O senhor já cogita migrar para outro partido e liberar suas lideranças para que elas possam migrar?


Eu fui à Presidência Nacional em Brasília para resolver isso. Eu não posso fixar prazo, na verdade as minhas lideranças é que com certeza algumas já devem está requerendo a desfiliação do partido. Eu acredito que logo essa situação se resolva. Mas pretendo lutar com todas as minhas forças para manter o acordo que eu fiz com o presidente nacional. Eu não pretendo recuar da minha intenção de ser presidente do PROS. Não é minha intenção. Sair do partido.


O senhor já vem sendo assediado por outros partidos para se filiar, já que isso é de conhecimento de várias pessoas?


Com certeza. Sempre a gente vem conversando e já vinha conversando com o PDT do deputado Flávio Nogueira, que é de onde eu vim e grande maioria da minha base ela já estava no PDT. Então é um partido que a gente tem um carinho muito especial. Temos também outros convites para montar partidos novos. O próprio Fernando Monteiro tem me procurado. O Luís Coelho que está como presidente do PHS. O próprio PP do senador Ciro Nogueira tem me convidado e sondado, através do deputado Júlio Arcoverde, mas eu não gostaria de sair do PROS. Eu ajudei a montar esse partido, eu criei uma sintonia e as lideranças do interior também. Eu não gostaria e vou esperar ser expulso do partido, me expulsarem, me tomarem a força o partido. Aí eu tomarei uma decisão e expondo que não gostaria de sair.


Há uma sensação de submissão o PROS depender de um outro partido para definir uma questão interna?


É de fato é uma coisa muito estranha. Com certeza não é propósito de nenhum partido político não lançar candidatos, não entrar numa disputa com candidatos próprios. É muito esquisito um partido político virar uma sublegenda de outro partido maior. Nunca tinha visto, aliás, dizer que nunca tinha visto é bobagem, isso acontece no Brasil, mas faz parte da deficiência do nosso sistema partidário. Com essa quantidade, de mais de 30 partidos, vários partidos se propõem em ser uma sigla de aluguel e eu espero que o PROS no Piauí não se transforme nisso. Eu vou lutar com todas as forças para que o partido não se transforme numa legenda de aluguel, independentemente de qualquer partido.


Com este problema e o senhor não conseguindo a presidência do PROS no Piauí, o senhor cogita a romper com o Governo?


Não. Jamais. Eu não romperia com o Governo que ajudei a eleger e até mesmo porque o governador Wellington Dias em nenhum momento, pelo que eu saiba, não está interferindo nessa questão. Eu conversei com ele antes de me dirigir a presidência nacional e perguntei se havia algum problema com relação ao PROS e me garantiu que não. Eu expliquei para ele o acordo que tinha com o presidente nacional e fui cobrar essa fatura em Brasília. Da aí surgiu esse impasse. Eu não acredito que o governador esteja fazendo qualquer questão e eu não tenho motivos para romper com o Governo. Não coloco na conta do Governo esse problema, que é natural, sempre existe com as lideranças que apoiam o Governo e existe isso na vida político partidária. É natural essa concorrência, essa disputa, esse tipo de jogo é natural e eu estou acostumado e preparado para enfrentar essas coisas. E sem nenhuma magoa com ninguém do governo.


E com a relação a Teresina. Como vai ser a definição do PROS? Vai ter candidatura própria, apoiar a reeleição do Firmino ou tem preferência por outro candidato? E na proporcional?


Hoje em Teresina, a executiva municipal está a cargo do vereador Antônio Aguiar. Certamente diante dessa confusão partidária, ele também pode estar estudando a possibilidade de sair do partido, inclusive vi até isso em alguns jornais. Mas eu se caso venha a ser o presidente estadual do partido, não vou fazer nenhuma interferência na decisão da executiva municipal. Quem tem que decidir isso são todos os integrantes da executiva municipal e cada cidade tem sua autonomia para saber que lado melhor ela quer disputar as eleições e quem ela vai apoiar, ou se tem viabilidade de uma candidatura própria. Não cabe a mim interferir na executiva municipal de Teresina.



Por: Mayara Martins - Jornal O DIA
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