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Tentativa de assalto a lotérica termina com um suspeito morto

Dupla manteve funcionários como reféns por cerca de sete horas, durante a noite de sexta-feira e início da madrugada de sábado.

07/01/2017 08:42

Um assalto a uma casa lotérica na cidade Parnaíba, litoral do Piauí, terminou com um bandido morto na madrugada deste sábado (7), após cerca de sete horas de negociações entre a Polícia e os suspeitos, que mantinham reféns dentro do estabelecimento.

Dois suspeitos teriam invadido o local, que fica na Avenida Dr. João Silva Filho, por volta das 20 horas. Eles renderam um segurança e mais quatro funcionários da lotérica, e pretendiam roubar todo o dinheiro arrecadado durante o expediente. No entanto, os planos da dupla foram frustrados pela Polícia Militar, que rapidamente chegou à loteria, cercando o local.

Cada um dos suspeitos estava armado com um revólver calibre 38, e as negociações para a liberação dos reféns foi comandada pelo coronel Lucena, comandante do 2º Batalhão da PM-PI. Cerca de 20 policiais militares, além de bombeiros e policiais civis acompanharam as negociações.

Cerca de 20 PMs atuaram em ocorrência na cidade de Parnaíba

Segundo o coronel Lucena, a dupla chegou à lotérica num veículo modelo Ônix de cor branca, que havia sido roubado na manhã de sexta-feira.

Durante as negociações, a Polícia conseguiu libertar dois reféns - um homem e uma mulher. A primeira a ser liberada foi uma mulher, por volta das 22 horas.

Pouco antes da meia-noite, um refém foi obrigado a trocar de roupa com um dos suspeitos, e, em seguida, foi forçado a sair pelo teto da casa lotérica. Segundo o coronel Lucena, a intenção dos suspeitos era fazer com que a Polícia confundisse a vítima com um deles, e, dessa forma, testar os policiais, para saber se eles abririam fogo. 

"Eles queriam ver se a Polícia ia atirar, ia fazer algo fora do controle. Mas nós estávamos muito bem controlados, seguindo à risca o que determina o protocolo para esse tipo de situação", afirma o comandante do 2º BPM.

A intenção da dupla era usar o Ônix em que chegaram ao local para fugir, levando consigo os reféns que ainda permaneciam sob seu poder.

O coronel Lucena, porém, afirma que não havia a menor possibilidade de a Polícia consentir a fuga dos suspeitos sem que eles libertassem todas as vítimas. "Eles insistiam em fugir levando os reféns, e isso a gente não podia permitir. Nós estávamos lá para garantir a incolumidade física tanto deles [suspeitos] quanto das pessoas que estavam com eles", afirma o coronel.

Durante as quase sete horas de negociações, os dois suspeitos efetuaram disparos de arma de fogo em pelo menos quatro momentos. Alguns disparos foram efetuados dentro do estabelecimento e outros a esmo, para fora da casa lotérica.

Pouco depois de uma hora da madrugada, os dois assaltantes saíram do estabelecimento usando como escudo humano os três reféns que ainda não haviam sido liberados.

Uma das vítimas conseguiu se desvencilhar de um dos suspeitos e começou a correr, momento em que o assaltante efetuou disparos contra a vítima e acabou sendo atingido na cabeça pela Polícia. Já a vítima não foi atingida por nenhum dos disparos.

O suspeito que sobreviveu foi identificado como "Batata", e tem passagens por assalto. Após se render, ele chegou a ser agredido por populares que acompanhavam o desenrolar das negociações, mas a Polícia interviu, impedido que o suspeito fosse linchado.

Além de "Batata", o homem baleado na cabeça também chegou a ser encaminhado para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), mas não resistiu ao ferimento. Segundo o coronel Lucena, nenhum policial ou vítima se feriu na ocorrência.

"Todos os órgãos trabalharam irmanados. Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Perícia Criminal, enfim, todos cumpriram seu papel brilhantemente, dentro de um profissionalismo que permitiu que o evento fosse controlado e tivesse um desfecho positivo para os reféns", conclui Lucena.

O comandante do 2º BPM chegou a pedir reforço ao Bope, mas a ocorrência chegou ao fim antes da chegada do auxílio.

As investigações do crime estão sendo conduzidas pela delegado geral de Parnaíba, Eduardo Ferreira, e pela delegada Maria de Jesus.

Por: Cícero Portela
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