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Superlotação na Central de Flagrantes inviabiliza novas prisões na cidade

Atualmente o presídio conta em média com 25 presos em cada cela, que teria capacidade para apenas 6.

08/04/2015 13:31

A situação atual da Central de Flagrantes é motivo de preocupação para a sociedade e, sobretudo, para a polícia. O presídio, que tem a função de prestar pronto atendimento ao suspeito detido em flagrante, acaba se tornando um local de abrigo permanente para muitos. 

Por isso, a Gerência de Policiamento Metropolitano decidiu suspender todas as operações e não realizar novas prisões em flagrante. Segundo o delegado Lucy Keyko, a decisão valerá até que a Secretaria de Justiça consiga a transferência de pelo menos 70 detentos. "Os policiais cumprem o seu papel de prender e a Sejus precisa fazer a sua parte de custodiar", disse o delegado metropolitano.


Com apenas três celas, com capacidade de abrigar de 5 a 6 presos em cada uma, a Central de Flagrantes de Teresina conta, em média, com 25 pessoas em cada cela. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista, a Central mantém hoje 80 presos em situação precária. "Foi solicitada junto à Secretaria de Justiça, a transferência imediata de alguns presos para as penitenciárias. O secretário Daniel Oliveira se comprometeu a acatar com nosso pedido ainda nesta tarde”, afirma Rieldel.

Mas, segundo o coordenador da Central de Flagrantes, delegado Luciano Alcântara, as reivindicações para transferência dos presos são constantes, bem como a quantidade de pedidos negados. “Sempre pedimos que esses presos sejam encaminhados para as penitenciárias, onde eles receberão os cuidados devidos, mas a Secretaria de Justiça alega que os presídios também estão em igual situação e, devido a isso, não pode atender a todos os pedidos”, explica.

O delegado Luciano afirma que cerca de 10 presos foram transferidos recentemente para a Delegacia de Polícia Interestadual do Piauí (Polinter), mas isso não conseguiu desafogar a quantidade de pessoas na Central. “Hoje nós contamos com 3 a 4 agentes para vigiar e cuidar dos 80 presos que estão na Central. Vivemos preocupados com os motins que, vez ou outra acontecem”, argumenta.

O coordenador revela que a situação na Central de Flagrantes é ainda mais precária. “Os presos pedem para serem transferidos. Eles estão cientes do que está acontecendo”, pontua Luciano.

Para o Secretário de Justiça, Daniel Oliveira, a situação está sob controle. Ele esteve em reunião na tarde de hoje, na sede da OAB, com o Secretário de Segurança, Fábio Abreu, e afirma que os dois estão trabalhando em conjunto para que todas as demandas solicitadas sejam atendidas.

"Pretendemos retomar as obras do presídio de Campo Maior e da Casa de Custódia e também daremos prioridade a inauguração do presídio de Altos, que deve ocorrer em maio deste ano", diz. Daniel afirma ainda que as transferências reivindicadas pela direção da Central de Flagrantes serão realizada ainda nos próximos dias, garantido as medidas de seguranças necessárias.

Em nota, o Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), convocou toda a categoria para um ato de protesto contra a situação precária da Central de Flagrantes que acontece amanhã, às 8h.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Aldenora Cavalcante (estagiária)
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