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Presos dependem de comidas entregues pelos familiares

Sinpolpi mostra série de irregularidades nas delegacias do PI; veja vídeos

13/03/2015 11:35

O sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi) divulgou quatro vídeos que mostram as condições das delegacias metropolitanas de Demerval Lobão, Miguel Alves, Monsenhor Gil e Picos. As principais problemáticas são a custódia de presos, ausência de delegado e um único policial de plantão. “Essa situação coloca em risco o nosso policial que, por vezes, nem sequer se alimenta porque não tem alguém que possa substituí-lo”, declara o presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior.


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Na delegacia de Demerval Lobão, os detentos recebem a alimentação dos próprios familiares. Um dos presos, inclusive, é natural de Teresina e tem que esperar a vinda de parentes para poder fazer as refeições. “Se a família dele não vem, ele fica sem comer ou então pede para os detentos que dividem cela com ele”, aposta Constantino.


A mesma problemática da alimentação se repete na delegacia de Miguel Alves. Os detentos também aguardam a comida dos familiares, visto que o Estado não proporciona a alimentação. "Os presos que deveriam estar no sistema penitenciário se encontram na delegacia sem as mínimas condições. A outra questão que nos preocupa muito é saber que um único policial faz a custódia de todos presos", conta Constantino. Novamente, nenhum delegado foi encontrado.


Em Monsenhor Gil, a problemática de um único policial no plantão se repete. "O companheiro não tem condição de prestar um trabalho bem feito à sociedade", declara Constantino. No vídeo, o presidente do Sinpolpi também chama a atenção para a condição estrutural da delegacia. 


O fato curioso encontrado na Central de Flagrantes de Picos foi que os policiais precisam abrir a cela por, no mínimo, quatro vezes ao dia. Isso porque uma detenta precisa alimentar seu filho recém nascido. O agente que faz o vídeo chama atenção para o risco de doenças no local, porque tem um amontoado de lixo próximo às celas. "Já está errado por ser mulher, que não deveria estar detida na Central de Flagrantes. Outro problema é que faz mais de dois anos que não é feita uma faxina no local. Os lixos amontoados podem causar várias doenças", diz o agente.


Edição: Nayara Felizardo
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