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'Salve Rainha': reconstituição confirmará se Corolla invadiu o sinal vermelho

Trabalho do Departamento de Polícia Técnico Científica também deve ajudar a determinar a velocidade dos veículos envolvidos no acidente.

08/07/2016 00:39

O Departamento de Polícia Técnico Cientifica realizou na noite desta quinta-feira e início da madrugada de sexta a reconstituição do acidente que vitimou três membros do coletivo "Salve Rainha", que promove shows, exposições e outros eventos culturais em Teresina.

Cerca de 20 policiais civis participaram da reconstituição (Fotos: Cícero Portela / O DIA)

Julieta Castelo Branco, coordenadora do Instituto de Criminalística, explicou que o objetivo da reconstituição é determinar com maior precisão a velocidade em que trafegavam os veículos no momento do acidente, bem como saber qual dos dois invadiu o sinal, que possui três tempos, ou seja, alterna os sinais entre três sentidos de tráfego.

"Com esta reconstituição nós pretendemos sanar várias dúvidas. Nós recebemos as imagens do acidente, que foram amplamente divulgadas nos portais e na televisão, e agora nós vamos fazer uma análise dessas imagens, comparando com o laudo que será produzido a partir do trabalho desta noite. A partir daí nós poderemos saber a velocidade dos dois veículos, tanto do Corolla quanto do Fusca, e também poderemos confirmar a disposição dos sinais no momento do acidente, para saber quem qual dos veículos estava com o sinal verde", explica a perita criminal Julieta Castelo Branco.

O trabalho da Perícia Criminal da Polícia Civil iniciou por volta das 22 horas, e só encerrou pouco depois da meia noite. 

Para realizar a reconstituição os policiais civis usaram três veículos - um Fusca e dois Corollas. No cruzamento da Avenida Miguel Rosa com a Rua Jacob Almendra, eles simularam o mesmo trajeto percorrido pelos dois veículos, realizando medições e fotografando o passo-a-passo de todo o processo de remontagem da cena do acidente.

A partir dessa simulação, a Polícia Técnico Científica vai elaborar um laudo apontando os dados mencionados. 

Em outra frente de investigação, com o apoio do Departamento de Física da Universidade Federal do Piauí, os peritos criminais estão analisando o velocímetro de Corolla e as imagens que registraram o acidente, também com o intuito de descobrir em que velocidade este veículo trafegava. 

  

Segundo Antônio Nunes (foto à esquerda), diretor de Polícia Científica, a estimativa é que os laudos sejam concluídos num prazo de, pelo menos, dez dias, podendo ser prorrogado para até 30 dias. 

Antônio Nunes ressalta que a reconstituição do acidente não tem o objetivo de apontar qual dos motoristas foi o culpado e se houve dolo eventual, mas apenas apontar as informações que poderão ajudar o delegado que investiga o caso a obter estas respostas. 

"A Perícia faz um trabalho técnico, sem entrar no detalhe de quem é culpado ou se tem dolo. Isso vai caber ao delegado de Polícia, e, mais à frente, ao juiz e ao Ministério Público. O perito não age com subjetividade", ressalta o diretor de Polícia Científica.

 

O acidente que vitimou os membros do coletivo Salve Rainha ocorreu na noite de 26 de junho. O professor Bruno Queiroz morreu ainda no local, e seu irmão Francisco das Chagas Júnior (Júnior Araújo) teve a morte encefálica confirmada três dias depois, em 29 de junho. A terceira vítima, Jader Damasceno, segue internado num hospital particular, em recuperação e sem risco de morte.

 

Além dos policiais civis, também estiveram presentes no local da reconstituição equipes da Polícia Militar e da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), que deram suporte ao trabalho da perícia.

 

Por: Cícero Portela
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