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Presos usam lâmina de barbear e palito de picolé para abrir celas

Agentes da Penitenciária Irmão Guido abortaram ontem a 27º tentativa de fuga em 2017; presos fazem chaves com palitos de picolé.

26/04/2017 11:34

Mais uma tentativa de fuga foi abortada pelos agentes da penitenciária Irmão Guido, por volta das 23h de ontem (25). Presos que estavam em um pavilhão novo da unidade cortaram parafusos das celas usando lâminas de barbear. Após vistoria, foram encontradas chaves feitas com palitos de picolé. 

De acordo com o vice-presidente do Sinpoljuspi (Sindicado dos agentes penitenciários do Piauí), Kleiton Holanda, o prédio novo da penitenciária fica localizado na área externa, separado dos outros pavilhões que compõe a unidade. O prédio foi construído recentemente, e abriga os presos que estão na triagem: pessoas que cometeram infrações disciplinares dentro do presídio ou têm de ficar afastados de outros presos por ameaças de morte.

Kleiton Holanda conta que os presos estão procurando motivos para serem alocados nessa parte da penitenciária, por que seria relativamente mais fácil fugir do local a partir de lá.

“Após vistoria foi pego chaves feitas de palito de picolé. Eles conseguem um molde, marcando um sabão com a chave, e usam esses palitos que entram na penitenciária para alguns presos que fazem artesanato”, explica o sindicalista. Segundo ele, esta não é o primeiro flagrante de chaves artesanais na unidade.

Sarna motiva presos a tentarem fuga

A tentativa de fuga abortada ontem é a 27º feita em 2017, apenas na Penitenciária Irmão Guido. O Sinpoljuspi aponta a falta de estrutura da unidade, tanto com relação às instalações quanto ao equipamentos dos agentes como facilitadores destas tentativas, além do número reduzido de servidores.

Kleiton Holanda disse que a epidemia de sarna têm aumentado o desejo dos presos de fugir das penitenciárias do Piauí. Segundo ele, a doença já se espalhou por todos os presídios do Piauí, e afeta não só os presos, mas também juristas, agentes penitenciários e visitantes. Segundo ele, 100% dos presos na Irmão Guido estão com a doença. “Está humanamente impossível trabalhar nas penitenciárias”, declara.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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