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Preso foge da Casa de Custódia usando nome de outro que seria solto

Detento aproveitou de falha na segurança do presídio, e saiu pela porta da frente usando tornozeleira, que foi rompida logo depois da fuga.

01/02/2017 09:50

Um preso conseguiu escapar da Casa de Custódia, maior presídio do Piauí, usando o nome e os dados de um outro, que seria solto por um alvará de soltura. O detento se aproveitou de uma falha da administração do presídio para escapar. O fugitivo recebeu uma tornozeleira eletrônica na saída, mas o dispositivo foi rompido.

A informação é do presidente do Sinpoljuspi, José Roberto Pereira. A fuga ocorreu na última segunda-feira (30), mas só foi percebida no dia seguinte, quando o verdadeiro dono do alvará de soltura se manifestou. De acordo com o sindicalista, a falha na segurança acontece na recepção da penitenciária, quando agentes conferem os documentos do detento com o nome que consta no alvará de soltura.

Fotos: Divulgação/ Sinpoljuspi

Lucas Rafael Pereira (esq.) se fez passar por Vicente de Paula Alves (dir.) e conseguiu escapar da penitenciária.

"Quando chega o alvará, ele é consultado pela administração, que verificam se o preso responde por algum outro crime, e liberam o documento, que é assinado pelo diretor. O alvará vai para o chefe do grupo, que vai buscar o preso no pavilhão e leva na recepção, onde o agente de plantão tem que verificar os dados do alvará de acordo com o prontuário do detento. Só que o prontuário só tinha um mandado de prisão, nome dele, idade, nome dos pais. Não tinha foto, não tinha RG, nada", explica o presidente do Sinpoljuspi.

Dessa forma, o preso Lucas Rafael Pereira da Silva. Ele afirmou que se chamava Vicente de Paula Rodrigues Alves, o nome do verdadeiro dono do alvará de soltura. "Ele vinha do mesmo pavilhão que o dono do alvará. Veio com tudo na cabeça, nome, nome dos pais...", disse o presidente do Sinpoljuspi. Sem fotos para averiguar a veracidade da informação, o agente da recepção liberou Lucas Rafael, que foi para outra sala receber a tornozeleira eletrônica e logo depois ganhou a liberdade.

José Robero Pereira ainda comenta que não há como saber os motivos que levaram um preso a fornecer o alvará de soltura para o outro.  "É uma coisa interna deles, e não temos como ter certeza. Pode ter sido um acordo amigável, ou uma ameaça". Ele disse ainda que este tipo de fuga é comum. "Não é anormal, corriqueiramente acontece de um preso sair do sistema prisional do Piauí no lugar de outro", afirmou "Os próprios detentos parecem já saber da falha". 

Em nota, a Secretaria de Justiça do Estado informou que está investigando as circunstâncias em que se deu a fuga e que já acionou as forças de segurança pública, e elas iniciaram as buscas.


Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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