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Prefeito, seu pai e advogado são presos em operação contra corrupção

Objetivo da Operação Déspota é combater fraudes em licitação, emissão de notas fiscais frias, utilização de empresas de fachadas e lavagem de capitais

14/07/2016 08:00

Uma mega operação foi deflagrada nesta quinta-feira (14) contra gestores municipais de Redenção do Gurgueia, acusados de corrupção. Estão entre os detidos o prefeito Delano Parente (PP), o seu pai Audemes de Sousa Nunes, que é secretário de Infraestrutura e o advogado Tiago Rodrigues.

Fotos: Andrê Nascimento/ODIA


Prefeito Delano Parente (PP) foi levado para sede do Gaeco e depois para a Central de Flagrantes

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (GAECO) é quem lidera a Operação Déspota, que pretende dar continuidade à apuração de atos de improbidade administrativa envolvendo o atual prefeito de Redenção do Gurgueia, secretários municipais, servidores, empresários e advogados. Eles são acusados de fraude de licitação, cartel, peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, em prejuízo ao erário público

Policiais civis, militares e rodoviários federais, além de equipes do Tribunal de Contas do Estado e Controladoria Geral da União dão cumprimento a 31 ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária, três mandados de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades da região Sul do Piauí e em Teresina.

De acordo com Rodrigo Nunes, assessor da PRF, além do prefeito e do seu pai, o alvo da operação são dois advogados e três assessores diretos do prefeito. “Foram apreendidos documentos no apartamento do prefeito, em Teresina, e cumpridos mandados de busca em escritórios de advocacia e contabilidade da capital”, disse Nunes.


Advogado Tiago também foi detido durante a Operação Déspota

O procurador Geral de Justiça, Cleandro Moura, informou os nomes de alguns dos envolvidos no esquema de corrupção e fraude em licitações. Junto com o prefeito Delano Parente e o pai dele, Audemes de Sousa, foram citados o presidente da Comissão de Licitação do município, Romário Alves de Figueiredo; o tesoureiro da prefeitura, que não teve o nome informado; o vereador Francisco das Chagas Macedo de Andrade e o advogado identificado com Tiago Rodrigues.


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O advogado Igor Martins, que é dono de um dos principais escritórios de advocacia do Estado, especializado na prestação de consultorias jurídicas a prefeituras no interior e atua principalmente no ramo das licitações, prestou esclarecimentos na sede do Gaeco. Os policias cumpriram mandado de busca e apreensão em seu escritório.

O prefeito Delano Parente foi preso em seu apartamento, em Teresina, onde foi encontrado um revólver calibre 38. Como ele não tem porte de arma, foi levado à Central de Flagrantes para ser autuado. Em depoimento à imprensa ele informou que não sabe o que está acontecendo. “Sou inocente, não sei do que estou sendo acusado. Vou provar minha inocência”, disse aparentando tranquilidade.


Segundo Cleandro Moura o esquema envolvia empresas de fachada, que negociavam mercadorias e produtos de construção civil com algumas prefeituras, mas não prestavam o serviço, ou nem forneciam o material. "Eles ainda emitiam notas fiscais sem recolhimento dos impostos devidos, sem recolhimento e ISS e ICMS”, explica o procurador Geral de Justiça.

Veja onde foram cumpridos os mandados judiciais:

Mandados de prisão preventiva: um em Teresina, quatro em Redenção do Gurgueia, um em Bom Jesus e um em Avelino Lopes. Mandados de prisão temporária: um em Teresina, quatro em Redenção do Hurgueia, um em Bom Jesus, dois em Morro Cabeça do Tempo. Mandados de condução coercitiva: três em Redenção do Gurgueia. Mandados de busca e apreensão: seis em Teresina, quatro em Redenção do Gurgueia, um em Avelino Lopes e um em Bom Jesus.


Edição: Nayara Felizardo
Por: Ithyara Borges e Maria Clara Estrêla, com informações de Robert Pedrosa
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