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Possível investigação da PF a sindicato levanta suspeita de censura

Texto publicado no jornal Balcão classificava como golpistas os deputados federais que votaram a favor do impeachment de Dilma

19/10/2016 11:21

Um suposto policial federal foi até a sede do Sindicato dos Comerciários ontem (18) para interrogar membros da entidade sobre uma publicação no jornal Balcão. O texto classificava como golpistas os deputados federais que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Segundo a secretária de comunicação do sindicato, Maria do Rosário Assunção, o homem se identificou como sendo da Polícia Federal e levou um questionário com algumas perguntas. “Ele me ligou antes e marcou comigo. Foi uma conversa informal e fomos avisados de que não éramos obrigados a responder”, disse Maria do Rosário.

Uma das perguntas era sobre quem é responsável pela publicação do jornal Balcão. Outra questão era se o sindicato confirmava ter publicado notícia que “imputa ofensivamente a qualidade de golpistas a diversos deputados federais”. O questionário queria saber também se o houve pagamento de terceiros para que o texto fosse publicado.

Maria do Rosário afirmou que o suposto policial não deu muitos detalhes sobre o conteúdo da investigação, mas adiantou que a ação teria sido motivada pela denúncia de um deputado federal que se sentiu ofendido. “Ele não disse nomes. Falou também que a Frente Piauí Popular será investigada por conta de um outdoor que usava o mesmo termo para qualificar os deputados que votaram a favor do impeachment”, disse Rosário.

A secretária de comunicação do sindicato optou por não responder às perguntas e acionou a assessoria jurídica da entidade, que orientou a diretoria a esperar por uma intimação formal da Polícia Federal. “Trata-se de uma censura, pois vivemos em um país democrático e o nosso jornal Balcão é um meio de comunicação de massa, onde colocamos as questões que dizem respeito aos trabalhadores, inclusive as questões políticas do nosso País”, ressaltou.

Procurada pelo Portal O DIA, assessoria de imprensa da PF afirmou que desconhece o caso e estranhou o fato do questionário ter sido entregue fora da sede da instituição. A assessoria afirmou ainda que não há pertinência na apuração de uma denúncia de calúnia ser feita pela PF e informou que amanhã (20) irá analisar o que de fato aconteceu.

Por: Nayara Felizardo
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