Uma ação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente, juntamente com a Delegacia De Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, prendeu na manhã de hoje (26), 11 pessoas acusadas de crimes ambientais e fraudes contra os órgãos de fiscalização ambiental.

A ação contou com o apoio da área de inteligência da Receita Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IBAMA).

Dentre as prisões, servidores da área de fiscalização ambiental do IBAMA e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semar). Ao todo, foram expedidos 26 mandatos de busca e apreensão, sendo 15 deles cumpridos no Piauí.

Fotos: Elias Fontinele/ O DIA

Segundo a chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o meio Ambiente, delegada Lea Cecília Muniz, os fraudadores usavam documentos obtidos no Piauí para justificar desmatamentos em outros estados.

"O Piauí ainda tem áreas disponíveis para desmatamento, então as pessoas pleiteiam licenciamento ambiental junto aos órgãos daqui, aparentemente de forma legal, só que eles utilizam para praticar fraudes. Ao invés de explorarem de fato a propriedade licenciada, eles utilizam apenas os documentos que são gerados no Piauí para acobertar um desmatamento em outro local, em outro estado”, explica a delegada.

O esquema abastecia, principalmente, empresas siderúrgicas com carvão vegetal, produzido clandestinamente em áreas mais próximas desse mercado consumidor, usando dos documentos do Piauí, que são gerados virtualmente no sistema de Documento de Origem Florestal (DOF), do IBAMA.

Os estados Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, também foram alvos da operação. No Piauí, os mandados foram cumpridos em Teresina, Oeiras, Floriano, Picos e São Raimundo Nonato.

A investigação aponta danos ambientais calculados em aproximadamente R$ 53 milhões levando-se em consideração o custo estimado para recuperação das áreas degradadas.

Edição: Maria Clara Estrêla
Por: Marcos Cunha (estagiário)