Estupros coletivos
Estupros coletivos deixaram profundas marcas de violência
durante o ano de 2016 em diferentes municípios do Piauí.
Dados da Delegacia da Mulher mostram que, de janeiro a
novembro de 2016, foram registrados 124 casos de estupros
individuais e coletivos em todo o estado do Piauí.
Em maio, três menores de idade estupraram uma adolescente
de apenas 17 anos na cidade de Bom Jesus. Em Sigefredo
Pacheco, também foi registrado um crime em que uma jovem
de 21 anos foi filmada desacordada dentro de um carro tendo
as partes íntimas tocadas. Por conta do abuso, quatro homens
foram presos.
Casos se repetem
No mês de agosto, três adolescentes e um rapaz maior de
idade foram encaminhados para a delegacia de Canto do Buriti
sob suspeita de terem estuprado uma menina de apenas 14
anos na cidade de Pajeú.
Em Oeiras, no mês de setembro, três rapazes teriam saído de uma
festa para deixar a vítima em casa, uma jovem de 26 anos, que
estava em coma alcoólico, e a teriam estuprado dentro de sua
própria casa. Os três acusados foram presos em flagrante pela
Polícia Civil, que cuidou do inquérito. A primeira Capital do Piauí
também registrou outras duas ocorrências, que tiveram como
vítimas uma criança de 10 anos e uma adolescente de 17 anos.
Fraudes em concursos
Durante o ano de 2016, 72 pessoas foram presas pela Polícia
Civil do Piauí em operações que investigavam fraudes em
concursos públicos, sendo 32 na Operação Veritas, sobre o
certame do Tribunal de Justiça; cinco no concurso para agente
penitenciário da Sejus; e 35 durante a Operação Vigiles, contra
fraude no certame do Corpo de Bombeiros.
Dos três inquéritos abertos pelo Grupo de Repressão ao Crime
Organizado (Greco), dois foram concluídos – o da Operação
Veritas e o da Operação Vigiles – e um ainda se encontra
em andamento: o do concurso da Secretaria de Justiça. Ao
todo, 93 pessoas foram indiciadas, sendo 21 em março no
encerramento do inquérito sobre o concurso do TJ, e 72 no
inquérito sobre o concurso do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o delegado Kleydson Ferreira, do Grupo de
Repressão ao Crime Organizado (GRECO) as operações
deflagradas no intuito de desarticular esses grupos criminosos
servem para garantir o princípio da lisura e da isonomia nos
concursos públicos. “No concurso do TJ, a nossa atuação
aconteceu logo após a fraude, já no dos agentes ela aconteceu
durante, ou seja, nós conseguimos prender em flagrante os
fraudadores. E no concurso dos Bombeiros foi quase dois anos
depois e nós conseguimos novamente desarticular esse grupo
que tinha inclusive ligação com o da Operação Veritas”, detalha
o delegado.
Assaltos a bancos
No mês de maio, oito homens fortemente armados com
fuzis explodiram a agência do Banco do Brasil da cidade
de Curimatá, a 775 km de Teresina, que fcou totalmente
destruída. A ação foi interceptada pela Polícia e, no total,
cinco suspeitos da explosão ao banco foram mortos durante
o confronto.
Ainda no Sul do Piauí, em agosto, clientes da agência do
Banco do Brasil da cidade de Amarante passaram por
momentos de tensão com a ação de criminosos armados
e fardados com coletes da Polícia Civil e de empresa de
segurança particular. Os criminosos entraram na agência e
anunciaram o assalto, fazendo duas pessoas de reféns. O
valor levado pelos bandidos não divulgado pela Polícia.
O município de Novo Oriente também foi alvo da ação de
quadrilhas de roubo de bancos. Um grupo de assaltantes
explodiu um caixa eletrônico, em abril, numa ação ousada.
Os bandidos roubaram o carro usado na fuga momentos
antes e usaram os ocupantes de reféns.
Em novembro, o banco Bradesco foi alvo de uma tentativa de
assalto no município de Alagoinha do Piauí, localizado a 400
km de Teresina. O bando tentou fuga, mas foram cercados
pela Polícia e houve troca de tiros, que resultou na morte
de um dos integrantes do bando e na prisão de outro. Dois
deles conseguiram fugir.
Caixas eletrônicos
Além dos assaltos a bancos, o ano de 2016 registrou dezenas
de roubos a caixas eletrônicos. Apenas no mês de outubro,
foram realizadas cinco explosões de caixas eletrônicos em
Teresina, uma delas em uma faculdade privada na zona Leste
da Capital, às 4h da manhã. No decorrer do ano, terminais,
supermercados e escolas particulares também foram alvos das
ações criminosas.
Fugas de detentos
Um balanço das fugas ocorridas no sistema penitenciário do Piauí revela que 131 detentos conseguiram escapar da prisão em 2016. A média em relação ao número total de presos – atualmente 4.200 – é de 3,1%. Ou seja, três fugitivos a cada 100 presos. As fugas ocorreram em 17 ocasiões durante o ano.
Os dados são da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) e mostram ainda que, dos 131 fugitivos, 57 foram recapturados e 74 continuam foragidos, o que representa 1,7% em relação ao total de presos no sistema penitenciário.
Rebeliões
A situação das fugas de detentos no Piauí poderia ser pior, se não fosse o trabalho do Grupo de Intervenção Prisional e do Comando de Operações Prisionais, que abortaram duas rebeliões e três motins ocorridos nos presídios. Os grupos foram criados após uma rebelião ocorrida, na Casa de Custódia, no mês de junho. Naquela ocasião, uma pessoa morreu e 27 conseguiram fugir.
Superlotação e novas vagas
As fugas são facilitadas, entre outros motivos, pela superlotação nos presídios do Piauí. O Governo promete entregar mais dois novos presídios até 2018. A Casa de Detenção de Campo Maior, com 160 vagas, deve ser entregue até o primeiro trimestre de 2017. Já a Cadeia Pública de Altos, que terá 600 novas vagas, está prevista para ser aberta até 2018. A Secretaria de Justiça estuda a viabilização de projetos para a construção de novas unidades prisionais em Parnaíba, Picos e Oeiras.
Capacitação profissional dos detentos
Quanto à capacitação profissional, cerca de 960 pessoas foram ou estão sendo capacitadas em cursos profissionalizantes. Os dados, referentes a 2015 e 2016, são da Diretoria de Humanização e Reintegração Social da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), através da Gerência de Cursos Profissionalizantes, e da Escola de Formação Penitenciária. De acordo com a Gerência de Cursos Profissionalizantes, pelo menos 660 pessoas, dentre detentos nos presídios, familiares de detentos, servidores e familiares de servidores passaram por cursos profissionalizantes promovidos pelo órgão, através do trabalho conjunto com as secretaria de Educação do Estado (Seduc) e de Trabalho e Empreendedorismo (Setre).
Por: Nayara Felizardo, Maria Clara Estrela e Glenda Uchoa