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Piauí se viu cercado por assaltantes de bancos em 2016; veja retrospectiva

Casos de estupro coletivo, dois deles incluindo a divulgação de imagens, também comoveram o estado; fraudes em concursos indignaram candidatos.

01/01/2017 09:45

Estupros coletivos 

Estupros coletivos deixaram profundas marcas de violência durante o ano de 2016 em diferentes municípios do Piauí. Dados da Delegacia da Mulher mostram que, de janeiro a novembro de 2016, foram registrados 124 casos de estupros individuais e coletivos em todo o estado do Piauí. Em maio, três menores de idade estupraram uma adolescente de apenas 17 anos na cidade de Bom Jesus. Em Sigefredo Pacheco, também foi registrado um crime em que uma jovem de 21 anos foi filmada desacordada dentro de um carro tendo as partes íntimas tocadas. Por conta do abuso, quatro homens foram presos. 
Casos se repetem 
No mês de agosto, três adolescentes e um rapaz maior de idade foram encaminhados para a delegacia de Canto do Buriti sob suspeita de terem estuprado uma menina de apenas 14 anos na cidade de Pajeú. Em Oeiras, no mês de setembro, três rapazes teriam saído de uma festa para deixar a vítima em casa, uma jovem de 26 anos, que estava em coma alcoólico, e a teriam estuprado dentro de sua própria casa. Os três acusados foram presos em flagrante pela Polícia Civil, que cuidou do inquérito. A primeira Capital do Piauí também registrou outras duas ocorrências, que tiveram como vítimas uma criança de 10 anos e uma adolescente de 17 anos. 
Fraudes em concursos 

Durante o ano de 2016, 72 pessoas foram presas pela Polícia Civil do Piauí em operações que investigavam fraudes em concursos públicos, sendo 32 na Operação Veritas, sobre o certame do Tribunal de Justiça; cinco no concurso para agente penitenciário da Sejus; e 35 durante a Operação Vigiles, contra fraude no certame do Corpo de Bombeiros. Dos três inquéritos abertos pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), dois foram concluídos – o da Operação Veritas e o da Operação Vigiles – e um ainda se encontra em andamento: o do concurso da Secretaria de Justiça. Ao todo, 93 pessoas foram indiciadas, sendo 21 em março no encerramento do inquérito sobre o concurso do TJ, e 72 no inquérito sobre o concurso do Corpo de Bombeiros. De acordo com o delegado Kleydson Ferreira, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) as operações deflagradas no intuito de desarticular esses grupos criminosos servem para garantir o princípio da lisura e da isonomia nos concursos públicos. “No concurso do TJ, a nossa atuação aconteceu logo após a fraude, já no dos agentes ela aconteceu durante, ou seja, nós conseguimos prender em flagrante os fraudadores. E no concurso dos Bombeiros foi quase dois anos depois e nós conseguimos novamente desarticular esse grupo que tinha inclusive ligação com o da Operação Veritas”, detalha o delegado. 
Assaltos a bancos 
No mês de maio, oito homens fortemente armados com fuzis explodiram a agência do Banco do Brasil da cidade de Curimatá, a 775 km de Teresina, que fcou totalmente destruída. A ação foi interceptada pela Polícia e, no total, cinco suspeitos da explosão ao banco foram mortos durante o confronto. Ainda no Sul do Piauí, em agosto, clientes da agência do Banco do Brasil da cidade de Amarante passaram por momentos de tensão com a ação de criminosos armados e fardados com coletes da Polícia Civil e de empresa de segurança particular. Os criminosos entraram na agência e anunciaram o assalto, fazendo duas pessoas de reféns. O valor levado pelos bandidos não divulgado pela Polícia. 
O município de Novo Oriente também foi alvo da ação de quadrilhas de roubo de bancos. Um grupo de assaltantes explodiu um caixa eletrônico, em abril, numa ação ousada. Os bandidos roubaram o carro usado na fuga momentos antes e usaram os ocupantes de reféns. Em novembro, o banco Bradesco foi alvo de uma tentativa de assalto no município de Alagoinha do Piauí, localizado a 400 km de Teresina. O bando tentou fuga, mas foram cercados pela Polícia e houve troca de tiros, que resultou na morte de um dos integrantes do bando e na prisão de outro. Dois deles conseguiram fugir. 
Caixas eletrônicos 

Além dos assaltos a bancos, o ano de 2016 registrou dezenas de roubos a caixas eletrônicos. Apenas no mês de outubro, foram realizadas cinco explosões de caixas eletrônicos em Teresina, uma delas em uma faculdade privada na zona Leste da Capital, às 4h da manhã. No decorrer do ano, terminais, supermercados e escolas particulares também foram alvos das ações criminosas.

Fugas de detentos 

Um balanço das fugas ocorridas no sistema penitenciário do Piauí revela que 131 detentos conseguiram escapar da prisão em 2016. A média em relação ao número total de presos – atualmente 4.200 – é de 3,1%. Ou seja, três fugitivos a cada 100 presos. As fugas ocorreram em 17 ocasiões durante o ano. 

Os dados são da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) e mostram ainda que, dos 131 fugitivos, 57 foram recapturados e 74 continuam foragidos, o que representa 1,7% em relação ao total de presos no sistema penitenciário. 

Rebeliões 

A situação das fugas de detentos no Piauí poderia ser pior, se não fosse o trabalho do Grupo de Intervenção Prisional e do Comando de Operações Prisionais, que abortaram duas rebeliões e três motins ocorridos nos presídios. Os grupos foram criados após uma rebelião ocorrida, na Casa de Custódia, no mês de junho. Naquela ocasião, uma pessoa morreu e 27 conseguiram fugir. 

Superlotação e novas vagas 

As fugas são facilitadas, entre outros motivos, pela superlotação nos presídios do Piauí. O Governo promete entregar mais dois novos presídios até 2018. A Casa de Detenção de Campo Maior, com 160 vagas, deve ser entregue até o primeiro trimestre de 2017. Já a Cadeia Pública de Altos, que terá 600 novas vagas, está prevista para ser aberta até 2018. A Secretaria de Justiça estuda a viabilização de projetos para a construção de novas unidades prisionais em Parnaíba, Picos e Oeiras. 

Capacitação profissional dos detentos 

Quanto à capacitação profissional, cerca de 960 pessoas foram ou estão sendo capacitadas em cursos profissionalizantes. Os dados, referentes a 2015 e 2016, são da Diretoria de Humanização e Reintegração Social da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), através da Gerência de Cursos Profissionalizantes, e da Escola de Formação Penitenciária. De acordo com a Gerência de Cursos Profissionalizantes, pelo menos 660 pessoas, dentre detentos nos presídios, familiares de detentos, servidores e familiares de servidores passaram por cursos profissionalizantes promovidos pelo órgão, através do trabalho conjunto com as secretaria de Educação do Estado (Seduc) e de Trabalho e Empreendedorismo (Setre). 

Por: Nayara Felizardo, Maria Clara Estrela e Glenda Uchoa
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