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PF desarticula quadrilha que causaria prejuízo de R$ 70 milhões ao INSS

Operação Sambito cumpre 12 mandados de Prisão Temporária e 12 mandados de Busca e Apreensão nos municípios da microrregião de Valença do Piauí

14/06/2016 09:45

A Operação Sambito resultou na prisão de 12 pessoas no Piauí, entre elas um advogado e um servidor do INSS que faziam parte da quadrilha que fraudava benefícios previdenciários rurais. A informação foi dada pelo chefe da Assessoria de Pesquisa Estratégica e Gerenciamento de Riscos da Previdência, Marcelo Ávila.

Ele explicou como funcionava o esquema. “A quadrilha era formado por um núcleo externo, com o advogado e os agenciadores, e um servidor do INSS. Os agenciadores buscavam interessados em aposentadoria rural, pegavam a documentação e a passavam para o advogado, que entrava em contato com o servidor. Este inseria os dados falsos no sistema da previdência”, disse Marcelo Ávila.

Fotos: Assis Fernandes/O Dia


Marcelo Ávila, chefe da Assessoria de Pesquisa Estratégica e Gerenciamento de Riscos da Previdência

Após ser concedido o benefício, o servidor informava para o advogado, que entrava em contato com as pessoas agenciadas. Elas, então, pediam empréstimos consignados para pagar aos integrantes da quadrilha. “Um agenciador de empréstimo fazia esse trabalho”, disse Ávila.

Desde quando foi criada, há 16 anos, a Assessoria de Pesquisa e Gerenciamento de Risco da Previdência já conseguiu identificar fraudes da ordem de R$ 4,8 bilhões somente com as amostragens trabalhadas, em âmbito nacional. Marcelo Ávia explica que esse prejuízo pode ser ainda maior.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Alexandre Uchôa, a quadrilha agia desde 2012, mas a investigação teve início em 2014, a partir da prisão de uma pessoa com documentos de previdência, feita pela Polícia Militar. “Os empréstimos eram feitos em bancos sem sede física no Piauí, como o BMG, por exemplo, mas o valor era recebido, principalmente, no Banco do Brasil', afirma o delegado.

Foram cometidos crimes de estelionato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema federal.


Atualizada às 10h40

Uma operação conjunta da Polícia Federal, do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e do Ministério da Previdência Social, através da Força Tarefa Previdenciária, desarticulou uma quadrilha que já causou mais de R$ 10 milhões de prejuízos ao INSS. De acordo com nota enviada à imprensa, o grupo ainda causaria cerca de R$ 70 milhões em prejuízos futuros aos cofres da autarquia.

Foram cumpridos, hoje (14), 12 mandados de Prisão Temporária e 12 mandados de Busca e Apreensão nas cidades de Teresina, Valença do Piauí, Novo Oriente do Piauí, Várzea Grande e Santa Cruz dos Milagres, todos expedidos pelo Juízo da Vara Federal em Picos.

A investigação identificou mais de 500 benefícios de aposentadoria rural com indícios de fraude nos municípios da microrregião de Valença do Piauí. A quadrilha arregimentava pessoas interessadas em conseguir benefício rural fraudulento, que depois realizavam empréstimos consignados para efetuar o pagamento dos membros da organização criminosa.

A PF informou que em apenas 53 benefícios já suspensos pelo INSS constatou-se um prejuízo efetivo na ordem de R$ 1 milhão, além de um prejuízo causado aos bancos privados superior a R$ 400 mil decorrentes de empréstimos consignados. "Com a cessação destes 53 benefícios, evitou-se um prejuízo futuro ao INSS superior aos 7 milhões de reais", diz a nota.

 A Operação Sambito, como foi denominada, contou com 70 policiais federais lotados nas Superintendências da Polícia Federal no Piauí, Ceará e Maranhão. Após os procedimentos legais, os presos serão encaminhados à Casa de Custódia.


Por: Nayara Felizardo, com informações de Maria Clara Estrela
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