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Estudante de medicina é preso após furto de R$ 8 milhões em milhas

Operação desarticulou quadrilha com ramificações em MG, no PE e no PI.

02/03/2015 08:49

Uma quadrilha envolvida em suposto esquema de desvio de milhas de passagens de companhias aéreas foi desarticulada pelas polícias civis do Piauí, de Minas Gerais e do Pernambuco. O bando é acusado de furto qualificado de R$ 8 milhões da empresa Multiplus S.A.

A Operação Milhas foi deflagrada desde sexta-feira (27) no município de Itaúna-MG. No Piauí, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), por meio da por meio da Divisão de Crimes Tecnológicos, cumpriu um mandado de prisão preventiva em nome de Nomanhg Arruda de Sousa, 24 anos, na manhã segunda-feira (02).

Fotos: Assis Fernandes/O Dia


Operação foi deflagrada pela Greco na manhã de hoje (02) e uma pessoa foi presa em cumprimento a mandado

Ele é pernambucano, mas veio para Teresina fazer o curso de medicina em uma faculdade privada. Segundo o delegado Carlos César Camelo, coordenador do Greco, Nomanhg teria envolvimento direto com o crime. "Em depoimento à polícia, o estudante disse que revendia as milhas de passagens aéreas que recebia de terceiros", disse o delegado.

As investigações concluíram que a quadrilha invadiu o site da empresa Multiplos S.A, responsável por mediar a troca de milhas para a TAM. "Eles colocavam falsos anúncios e promoções, mas quando o usuário clicava, tinha seus dados clonados, de login e senha. A partir daí a quadrilha conseguia furtar as milhas", explicou Carlos César.

O delegado Carlos César Camelo informou que, por ano, Normanhg lucrava pelo menos R$ 60 mil em venda de milhas

Segundo o delegado, a quadrilha atuava há pelo menos dois anos subtraindo milhas. Foi a Multiplus S.A que procurou a polícia após receber uma série de reclamações dos usuários. A empresa estava tendo que repor as milhas de seus clientes e o prejuízo vinha sendo maior que os lucros arrecadados. 

A delegada Cristiane Vasconcelos, da Delegacia de Repressão a Crimes de Alta Tecnologia, contou que a empresa percebeu o problema e fez um levantamento sobre os locais de onde vinham essas reclamações. "A partir disso constatou-se que o maior número de queixas vinha de Minas Gerais, Pernambuco e aqui do Piauí. A polícia foi acionada e a investigação iniciada. A empresa rastreou os IP’s dos computadores onde eram registradas essas transações”, relata a delegada.

O delegado Carlos César informou que o negócio se mostrava bastante lucrativo para os envolvidos. Ele cita que Normanhg pode ter entrado para a quadrilha ao ver colegas enriquecendo facilmente com os atos ilícitos. A quantidade de milhas furtadas seriam o suficiente para fazer 800 viagens nacionais. “Para você ter ideia, o Normanhg, sozinho, lucrava pelo menos 60 R$ mil por ano. Nós apreendemos o notebook dele hoje de manhã e encontramos inúmeras transações de vendas e recebimento de milhas em seu e-mail”, afirma o delegado Carlos César.

delegada Cristiane Vasconcelos disse que os criminosos instalavam vírus de computados para coletar informações

Além deste mandado de prisão, há também mandados de busca de apreensão a serem cumpridos. Em Minas Gerais, uma empresa de turismo é acusada de envolvimento no esquema. Segundo informações divulgadas pela TV Cidade, de Itaúna, a quadrilha seria formada por pelo menos sete pessoas, sendo três daquela cidade, duas de Teresina e duas de Recife.

Em nota a Multipus negou que o seu sistema tenha sido invadido e alega que a subtração das milhas foi possível através do envio de falsas mensagens de e-mail. 


Veja a nota na íntegra:

A Multiplus informa que não houve invasão de seu sistema, por meio de hackers, e esclarece que é a autora da denúncia para as autoridades competentes. A empresa reforça que a subtração de pontos de participantes foi realizada possivelmente a partir da prática de ‘phishing’, ação criminosa que tem como objetivo obter (pescar) informações e dados pessoais importantes através de mensagens falsas enviadas por e-mail.

A Multiplus ressalta que sempre adotou as melhores práticas de segurança para resguardar os dados dos clientes e que todas as transações foram realizadas mediante autenticações legítimas dos participantes, os quais, infelizmente, foram enganados, transmitindo os seus dados para terceiros sem conhecimento.

Por: Nayara Felizardo e Maria Clara Estrêla (estagiária)
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