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Moradores voltam a fazer barricadas na Avenida Josué de Moura Santos

Manifestantes protestam contra a lentidão na obra de asfaltamento da avenida. Superintendente havia prometido concluir obra até o final de agosto.

02/09/2016 14:41

Moradores dos bairros Pedra Mole e Nova Teresina voltaram a interditar nesta sexta-feira (2) a Avenida Josué de Moura Santos, como forma de protesto à lentidão nas obras de asfaltamento da via, que já se estendem há cerca de seis meses.

Moradores voltaram a fazer barricadas na Avenida Josué de Moura Santos (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Na última quarta-feira os manifestantes já tinham feito um protesto, colocando fogo em troncos de árvores e em pneus para impedir a passagem de veículos. Nesta sexta o protesto foi ainda mais intenso, com barricadas em diversos pontos da avenida, o que impediu o deslocamento dos moradores.

Em entrevista ao portal O DIA no início de julho, quando outros protestos foram realizados, o titular da Superintendência de Desenvolvimento Urbanos Centro Norte, João Pádua, havia afirmado que a obra seria concluída até o final de agosto. O prazo já foi ultrapassado não houve praticamente nenhum avanço na empreitada.

Moradores afetados por barricadas reclamam de manifestantes

Os protestos são organizados por lideranças comunitárias e contam com a participação, sobretudo, de pessoas que vivem próximo da Avenida Josué de Moura Santos, e já não aguentam mais o excesso de poeira que invade as residências por conta do tráfego de veículos.

Por outro lado, os moradores que não são afetados pela poeira e que possuem veículos reclamam que estão tendo o direito de ir e vir desrespeitado, e também pedem providências das autoridades públicas.

A moradora Juliane Chaves, por exemplo, relata que há vários meses são realizados protestos no bairro por conta da morosidade da obra. Contudo, ela afirma que desta vez as manifestações estão provocando transtornos ainda maires às pessoas que precisam se deslocar em seus veículos 

"Hoje eu não sei como vou voltar pra casa. De manhã quase atolei meu carro subindo um morro. Lá tá um caos total. Os moradores que têm carro ficam rodando o bairro todo, de um lado para o outro, tentando achar uma saída, mas não tem. Está tudo bloqueado. Essa confusão já tem três dias. O carro da Polícia vai, volta, vai, volta e nada se resolve", afirma a moradora.

Juliane Chaves acredita que os manifestantes deveriam procurar outras formas de protestar, de maneira que a não atrapalhar os demais moradores dos bairros por onde passa a Avenida Josué de Moura Santos. "Eles estão fazendo isso pra chamar a atenção da Prefeitura, que nunca terminou a obra. Mas só quem está se prejudicando são os próprios moradores", revolta-se a moradora.

Superintendente ressalta que obra ainda está dentro do prazo e vê motivação política em atos

Em entrevista a O DIA, na tarde desta sexta-feira, o superintendente João Pádua reconheceu que a obra tem provocado transtornos aos moradores que possuem residências em frente à Josué de Moura Santos, mas destacou que a empreitada ainda está dentro do prazo e que a Prefeitura está fazendo o possível para agilizar os trabalhos.

João Pádua havia afirmado em julho que o Executivo estava tendo dificuldades em quitar o débito com a construtora responsável, por conta das sucessivas quedas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Nesta sexta-feira, porém, ele informou que a Prefeitura já pagou cerca de R$ 670 mil à empresa, o que corresponde a mais de 60% do valor que ainda restava para quitar a última etapa da obra - que custou aproximadamente R$ 7 milhões aos cofres públicos.

"A obra está dentro do prazo. O prazo termina no final de setembro, e nós estamos colocando em dia o pagamento da construtora, que pediu 48 horas para negociar o asfalto e iniciar a aplicação. Eu não posso precisar um dia certo para isso, porque depende da aquisição através da Petrobras. Mas eu acho que nessa próxima semana já inicia a aplicação do asfalto", ressaltou o superintendente.

João Pádua afirma que os protestos têm motivação política, pois estão sendo incitados por um líder comunitário ligado a grupos que fazem oposição ao prefeito Firmino Filho (PSDB). "A manifestação deles está prejudicando é a população que mora na região. Já tem muitos moradores procurando a Prefeitura para reclamar das pessoas que estão perturbando. A verdade é que esses protestos estão sendo organizados por um líder comunitário da região que é contra o prefeito. Se você for lá todo mundo sabe disso. Mas eu não quero saber de política. Eu quero resolver o meu problema, que é atender a população. A obra está dentro do prazo ainda e logo logo a empresa vai receber o asfalto para começar a aplicação", conclui o superintendente. 

Por: Cícero Portela
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