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Sargento do interior é denunciado à corregedoria por abuso de poder

Policial estaria prendendo e agredindo moradores em ações truculentas.

02/03/2015 12:36

Quatro moradores da cidade de Passagem Franca, no Piauí, vieram a Teresina na manhã desta segunda-feira (02) para formalizar uma denúncia junto à corregedoria da Polícia Militar contra um policial militar lotado naquela cidade. Em depoimento, eles acusam o sargento Olavo de abuso de poder e agressão física.

O trabalhador rural João Ferreira da Silva Filho tem passagens pela polícia e conta que, devido a isso, sempre que acontece um crime na cidade, o sargento invade a sua casa e o leva preso, sem ter provas que o incriminem. “Essa situação já se repetiu por quatro vezes. Acontece algum crime na cidade, ele invade a minha casa, me agride e me leva preso. Algum tempo depois ele descobre que eu não tenho envolvimento com o crime e me solta, mas sem maiores justificativas”, detalha João.

O também trabalhador rural Valdir Eduardo Sousa conta que foi preso pelo sargento por causa de uma briga de bar. Na ocasião, apenas Valdir foi detido e ele alega que as algemas apertadas chegaram a cortar superficialmente seus pulsos. “Eu briguei com o dono do bar e a polícia foi chamada. Quando o sargento Olavo chegou ao local, me segurou pelo pescoço e me levou preso. Ele não teve o trabalho de escutar as duas partes, apenas me tirou do local sem levar também o outro envolvido na discussão”, explica. O homem completa dizendo que passou uma noite na prisão e ficou algemado mesmo dentro da cela. “Depois disso até passei uns dias sem trabalhar porque eu estava sem movimentação nas mãos. Sem contar que meus pulsos ficaram bastante machucados”, desabafa.

O microempresário Antônio Duarte prestou depoimento contra o sargento na corregedoria da PM. Ele alega que o policial lhe aplica multas de trânsito abusivas. “As multas somam mais de R$ 4 mil e eu nunca fui parado pelo policial. Meu carro fica estacionado o dia todo em um posto próximo ao meu trabalho e, quando eu menos espero, chega uma multa em minha casa”, conta o homem, que avisa que vai recorrer das multas aplicadas.

Antônio esteve acompanhado da esposa, a comerciante Elimária Leite Sousa, que conta que muita gente da cidade está prejudicada por causa das imposições do sargento. “Essa situação de coronelismo já dura muito tempo. A cidade é pequena e o sargento acha que pode agir baseado nas próprias leis. As pessoas têm medo de denunciá-lo por causa de repressões”, diz. 

O comandante de policiamento do interior, coronel Paulo de Tarso, avisa que já foi comunicado sobre a denúncia na corregedoria e encaminhou ainda nesta manhã o caso ao capitão da PM de Água Branca. “A cidade é subordinada à Água Branca, por isso, a pessoa que estará à frente das investigações será o capitão daquele município”, explica. O responsável pelo caso terá 40 dias para analisar as denúncias. 

O PortalODIA não conseguiu entrar em contato com o sargento denunciado.

Edição: Nayara Felizardo
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