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Ministério Público denuncia professora por tortura contra crianças de 3 anos

Promotor pede prisão preventiva da mulher flagrada agredido alunos no início de outubro em escola de Buri (SP). Polícia Civil já indiciou a professora por maus-tratos e tortura no início do mês.

17/11/2017 17:55

A professora flagrada agredindo alunos em uma escola de Buri (SP), no início de outubro, foi denunciada pelo Ministério Público por tortura, nesta sexta-feira (17).

Além de responder pelo crime, o promotor Cláudio Sérgio Alves Teixeira pede a prisão preventiva da mulher, que ela seja exonerada do cargo público e indenize as vítimas por danos morais. De acordo com a representação, há fortes indícios que a mulher cometeu o ato de tortura.

No início do mês, a professora foi indiciada pela Polícia Civil por maus-tratos e tortura, após o inquérito sobre o caso ser concluído. De acordo com o delegado Paulo Fonseca, a mulher seria chamada para prestar depoimento.

O caso foi registrado na delegacia de Buri no dia 9 de outubro após a direção da Escola Municipal de Educação Infantil Dona Zoraide Francisco Bonifácio analisar as imagens das câmeras de segurança e constatarem a agressão.

Uma câmera de segurança instalada na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Dona Zoraide Francisco Bonifácio flagrou o momento em que a professora do maternal agride dois alunos de apenas 3 anos. Nas imagens é possível observar que a professora está sentada em uma cadeira com dois meninos entre as pernas. De repente, ela bate as cabeças das crianças uma na outra. Na sequência, ela levanta, vai até outro menino e o arrasta até um grupo que brincava no chão. Segundos depois ainda empurra mais um menino que chega a cair.

Além do episódio, ainda de acordo com o MP, a professora já teria agredido uma criança autista com um tapa na boca e deixado outra aluna presa dentro da sala de aula.

Sindicância

A secretária de Educação de Buri, Bárbara Patriarca, disse que uma sindicância interna foi aberta pra apurar o que aconteceu. Segundo ela, assim que soube das denúncias, a professora pediu licença médica, foi afastada do cargo e negou as acusações.

"Ela disse que não agrediu as crianças, mesmo com as filmagens. Por conta disso, a direção da escola foi até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência", conta.

Ainda segundo a secretária, a professora já responde a um processo administrativo pelo mesmo problema em outra escola, entre os anos 2014 e 2015. Na época, a funcionária levou apenas uma advertência.

O caso também foi encaminhado ao Conselho Tutelar. Segundo o órgão, desde o fato todos os alunos da sala dessa professora, além daqueles que foram vítimas de agressão, estão tendo acompanhamento psicológico.

O Conselho entrou ainda com uma representação no MP sobre possíveis infrações administrativas cometido pela professora anteriormente.

'Sensação de revolta'

A dona de casa Jéssica da Silva Machado, mãe de uma das crianças que foram agredidas pela professora, afirma que a sensação foi de revolta ao ver que seu filho tinha sido agredido.

"Ele não queria mais ir à escola e não dizia o porquê. Depois de tanto insistir ele disse que a professora tinha dado um tapa em seu ombro. Fui até a escola pedir esclarecimentos e a diretora me disse que não era só isso e contou as agressões. A sensação que eu tenho agora é de revolta por ver essa cena."

A mãe de outro aluno da escola, Valquíria Antunes da Silva, conta que o filho sempre falava que a professora batia nele e puxava sua orelha, porém não acreditava.

"Achávamos que ele estava mentindo. Eu cheguei a reclamar na escola, porém ela mesmo me disse que ele é só uma criança, que criança mente. Eu até cheguei e conversei com ele, falei para ele parar de mentir, pois isso é feio e ele parou de falar as coisas que acontecia. Daí na sexta-feira minha irmã ligou para mim dizendo que tinha que ir urgente na creche, pois tinha acontecido algo com ele. Meu filho não consegue dormir, fica gritando e assustado. E nós não acreditávamos quando ele falava. Agora eu fico nervosa, pois deixo meu filho lá. Confiava neles", relata a dona de casa.

Fonte: G1
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