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Médico, servidor do TJ e sobrinho de deputado são presos por furto de energia

Operação deflagrada pelo Greco autua em flagrante proprietários de imóveis de classe média alta. Polícia divulga nomes.

26/04/2017 12:03

A Polícia Civil divulgou, na manhã desta quarta-feira (26), os nomes das dez pessoas que foram detidas por terem sido flagradas furtando energia elétrica em suas residências.

Duas pessoas foram detidas na terça-feira (25) em um condomínio de apartamento na zona Leste de Teresina: o médico Romário Alves Marinho e Ébano França de Noronha Pessoa, que é servidor do Tribunal de Justiça do Piauí, filho da coordenadora do Projeto Seis e Meia, Laurenice França, e primo do presidente da Prodater, Eduardo Aguiar. 

Mais oito pessoas foram detidas nesta quarta (26), todas moradoras do condomínio de classe média alta Fazenda Real, entre os quais estão Alexandre Freitas Lira e Melo, que é sobrinho do deputado federal Átila Lira (PSB), e a artista plástica Doralice Andrade Parentes, mais conhecida como Dora Parentes.

Ainda foram presos: Isabel Cristina de Paula Oliveira, Carlos Antônio Mota, Bernardo José de Araújo Barros, Cristina Gardênia Modesto de Carvalho Moura, Edson Dias Albuquerque e Rui de Sousa Rodrigues. Este último é o síndico do condomínio Fazenda Real.

Fotos: Moura Alves/ODIA

O delegado geral Riedel Batista afirmou que os envolvidos podem ser indiciados por furto qualificado, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão. Além disso, alguns dos presos na operação não poderão sequer pagar fiança para conseguir a liberdade, a depender do tempo em que estavam praticando o crime. 

"Nós identificamos casos de pessoas que estavam há cinco, dez anos com a ligação clandestina, o que é suficiente para configurar o dolo, ou seja, o proprietário do imóvel tinha conhecimento e a intenção de furtar a energia. Já em outros casos, quando a irregularidade se estendeu por apenas alguns meses, é possível concluir que não houve dolo por parte do consumidor. Mas o mais importante para a Polícia Civil e para a Eletrobras não é a penalidade, mas sim o fator pedagógico, conscientizando a população de que quando uma unidade consumidora não paga a devida conta de energia isso impacta não só a receita da empresa, mas também a receita do estado, por conta do ICMS que é cobrado da Eletrobras, que é uma das maiores contribuintes desse imposto no Piauí. Então, quanto mais pessoas desviam energia, menos impostos vão para os cofres do estado, e com isso há uma carência de investimentos tanto nas área de segurança, de educação, de saúde, dentre outras", afirma o delegado geral.

Riedel acrescenta que a Polícia Civil vai intensificar as fiscalizações destinadas a identificar as residências e empresas onde há furto de energia, tanto na capital quanto no interior do estado. "Além de causar esse prejuízo pra empresa e para o estado, as ligações clandestinas também aumentam a probabilidade de haver apagões, incêndios e curto-circuitos que, inclusive, colocam em risco as vidas de muitas pessoas. Por vezes, acontecem apagões aqui em Teresina que são motivados por ligações clandestinas que ocorrem em casas, condomínios, apartamentos e empresas. Por isso, nós temos essa parceria com a Eletrobras desde 2015 e vamos fortalecê-la ainda mais", acrescenta.

Cerca de 30 policiais civis do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) participaram da operação, que foi comandada pelo delegado Laércio Evangelista. 

Prejuízo de R$ 120 milhões por ano 

Rafaela Moreira , gerente do Departamento de Medição e Combate às Perdas da Eletrobras-PI, informou que, durante a operação realizada em conjunto com o Greco, foram vistoriadas 150 unidades residenciais, e em mais de 20 foram identificadas irregularidades - algumas mais graves e outras menos graves.

Segundo a gerente, a Eletrobras-PI estima que sofre um prejuízo de R$ 120 milhões ao ano por conta do furto de energia elétrica.

"Nós conseguimos deflagrar essa operação a partir de denúncias anônimas. Primeiro nós fizemos uma pré-fiscalização, fizemos uma prospecção no local com nossas equipes e constatamos que realmente havia irregularidades. Foi a partir daí que surgiu a ideia e a necessidade de mobilização para essa operação", afirmou Rafaela Moreira.

Ela acrescenta que 15 equipes técnicas da Eletrobras-PI atuaram na operação "Cai na Real", com a supervisão de dez pessoas, totalizando aproximadamente 40 servidores da empresa atuando.

O delegado geral Riedel Batista recomenda aos consumidores que, caso possuam ligações clandestinas, procurem imediatamente a Eletrobras-PI de forma espontânea, para evitar "vários dissabores, como a Polícia chegar em sua casa para conduzi-lo à delegacia e autuá-lo em flagrante delito". 


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Por: Nayara Felizardo
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