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Mais duas mulheres denunciam médico por abuso; caso repercute no UOL

Supostas vítimas compareceram à Delegacia Geral ontem e os depoimentos delas se somaram aos outros sete que já haviam sido registrados pela delegada Carla Brizzi

18/03/2017 14:19

A denúncia de mais duas supostas vítimas de abuso sexual, que teria sido praticado pelo obstetra e ginecologista Felizardo Batista, médico da Clínica Santa Fé, fez o caso ganhar repercussão na mídia nacional. As mulheres compareceram à Delegacia Geral ontem (17) e os depoimentos delas se somaram aos outros sete que já haviam sido registrados pela delegada Carla Brizzi, responsável pela investigação. Além disso, outras 13 testemunhas constam no inquérito.

O caso foi noticiado neste sábado, pelo site UOL. À reportagem, o delegado Geral Riedel Batista afirmou que as investigações começaram após denúncias da imprensa local e de três supostas vítimas, que registraram Boletim de Ocorrência ainda no mês de janeiro. “Agora já são nove relatos semelhantes, dados por pacientes que não se conhecem e nunca tiveram contato com outras mulheres que também denunciaram a conduta do médico", disse o delegado ao site nacional.

O UOL falou ainda com duas supostas vítimas, que também foram entrevistadas pelo Portal O DIA em matéria publicada no dia 20 de janeiro. "Cheguei na Santa Fé porque estava sentindo muita dor. Ele pediu para entrar em outra sala para ser avaliada, era o exame de toque. Eu nunca tinha feito aquele exame antes. Quando ele fez, ele demorou e forçou muito, ficou doendo o canal vaginal. Durante o exame, ele ficou dizendo para eu relaxar e quando terminou, ele passou a mão no meu rosto e sorriu”, disse uma das mulheres.

A outra destacou que só teve coragem de falar sobre seu caso depois que viu a denúncia na imprensa. "Quando vi a cara dele [no noticiário], com o nome, lembrei logo daquela situação que passei e, por vergonha, por medo, na época, não fui à polícia, mas agora está tudo aí. Nunca mais voltei naquele médico”, contou.

Riedel Batista relembrou o caso do médico cassado Roger Abdelmassih, que foi condenado a 248 anos de prisão por estupro e atentado violento ao pudor cometido contra pacientes. Naquele caso, ocorrido em São Paulo, os depoimentos das vítimas tiveram grande peso na investigação. "Há grande coincidência na conduta do médico relatada pelas vítimas. São pessoas que não se conhecem, de classe social diferente e relataram que sofreram situação similar durante atendimento médico”, destacou o delegado ao UOL.

Na última terça-feira (14), o Portal O DIA conversou com a delegada Carla Brizzi sobre o andamento das investigações. O caso corre em segredo de justiça e muitas informações não podem ser dadas. Ela explicou que é necessário preservar as vítimas, principalmente porque algumas delas desenvolveram problemas psicológicos. “Algumas estão sendo acompanhadas por psicólogos e até por psiquiatras, pois desenvolveram Síndrome do Pânico”, disse Carla Brizzi.

O médico está sendo investigado pelo crime de violação sexual mediante fraude, pois teria usado o pretexto de fazer exames para praticar atos libidinosos com as pacientes. A pena prevista é de 2 a 6 anos de prisão. Caso o inquérito conclua pelo indiciamento, o médico poderá ser denunciado por concurso material de crimes, ou seja, quando a pena é multiplicada pelo número de vítimas que sofreram o mesmo dano, porém em situações diferentes.

A matéria do UOL ganhou destaque na página principal do site, com o título "Polícia apura denúncia contra obstetra por violação sexual no PI". Leia na íntegra.

Por: Nayara Felizardo
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