O juiz da 1ª Vara Criminal de Piripiri, João Bandeira Monte Júnior, deferiu novamente o pedido de adiamento do júri popular do locutor de rádio Ivan Carlos Carvalho Panichi, acusado de atropelar e matar, no dia 11 de setembro de 2010, o garçom João Antônio dos Santos, conhecido como João Fidelis, de 68 anos. O acidente ocorreu na BR 343, km 75, em Piripiri.

Um vídeo feito momentos após o atropelamento mostra que o locutor tinha sinais visíveis de embriaguez, chegando a desacatar os policiais rodoviários que o abordaram. 

O novo adiamento do júri popular de Ivan Panichi revoltou a família da vítima. Na terça-feira da semana passada, dia 14, o réu e sua defesa já haviam faltado à sessão marcada para aquela data.

^{O garçom João Antônio dos Santos, conhecido como João Fidelis}

“Viemos novamente para o fórum, pensando que, desta vez, o réu não se safaria, e seria, enfim, julgado, depois de desrespeitar a Justiça no último dia 14, data do primeiro julgamento, em que não apareceram nem acusado nem advogado. E hoje, de novo, nossa expectativa foi frustrada. Novo atestado foi protocolado. Novo adiamento foi concedido”, lamenta Georlitom Alves, filho da vítima.

Desta vez, a advogada do acusado protocolou atestado médico, em que alega impossibilidade de atuar na defesa do réu, apontando a necessidade de passar por uma cirurgia de vesícula e, desta forma, ausentar-se do ato processual. Baseado nisso, peticionou requerendo o adiamento do júri, pedido acatado pelo juiz local.

Os familiares da vítima dizem estranhar que, às vésperas da primeira data marcada para o julgamento, todos os demais advogados  que estavam com  procuração nos autos para defender o réu pediram afastamento, restando apenas a advogada que protocolou o atestado médico para se ausentar dos julgamentos. 

O júri era aguardado com muita expectativa na cidade de Piripiri, onde o acidente de trânsito gerou grande comoção popular, sobretudo pela forma como procedeu o locutor, responsável pelo acidente.

Minutos após atropelar João Fidelis, Ivan Panichi, que já estava embriagado, dirigiu-se até um bar e continuou ingerindo bebidas alcoólicas, a poucos metros de onde estava o corpo da vítima.

“Ninguém aqui é criança. Tá na cara que existe uma manobra para que esse júri ou não se realize ou seja adiado o máximo de tempo possível. Se não, por que todos os demais advogados renunciaram na véspera do primeiro júri, ficando apenas uma, e que ainda protocolou atestado?”, indaga Georlitom.

O novo julgamento de Ivan Panichi foi marcado para o dia 8 de março de 2018, mas a família teme nova manobra da defesa. “Nós vamos tomar providências junto às cortes superiores para que isso não volte a se repetir. Toda essa situação nos traz, além da dor da perda de nosso pai, a sensação de injustiça. Nós não vamos desistir”, finaliza Georlitom.

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Fonte: Da Redação