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Juiz aposentado confessa que atropelou técnica em radiologia

Acidente ocorreu no dia 16 de maio, no cruzamento das ruas 24 de Janeiro e Eliseu Martins.

29/07/2015 15:55

O juiz aposentado Antônio da Silva Brito Filho apresentou-se à Delegacia de Acidentes de Trânsito, em Teresina, e confessou ser o condutor do veículo que atropelou e matou a técnica em Radiologia Ana Kaline Meneses. 

O acidente ocorreu no dia 16 de maio, no cruzamento das ruas Eliseu Martins e 24 de Janeiro, Centro da capital. A jovem trafegava numa motocicleta e foi atropelada por uma Hilux SW4 de propriedade do magistrado. Após a colisão, o condutor do SUV evadiu-se do local sem prestar socorro à vítima.

A partir do depoimento de testemunhas, a Polícia Civil obteve o modelo do veículo e a numeração da placa, mas ninguém conseguiu memorizar as letras. 

A delegada de Trânsito, Cassandra Nunes, também enviou ofícios solicitando as imagens registradas por câmeras de monitoramento instaladas nas imediações do acidente. No entanto, como a qualidade das gravações era ruim, o material precisou ser encaminhado para o Instituto de Criminalística, onde passa por perícia.

Até hoje o resultado da análise ainda não foi entregue pelo instituto à delegada. Mesmo assim, no dia 8 de julho o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) informou com exatidão a placa do veículo e seu proprietário, que foi intimado a comparecer na delegacia no dia 15 de julho. 

"A partir da numeração e cidade de emplacamento, cruzando com o modelo e a cor do veículo, o Detran conseguiu identificar a placa e o proprietário. A análise foi demorada mas o resultado saiu antes da conclusão da perícia que está sendo feita nas imagens do local do acidente. A partir da confirmação do Detran eu fiz a intimação do proprietário da SW4", detalha Cassandra.

Em depoimento à delegada, o juiz Antônio Brito admitiu ser o condutor do veículo, e disse que não parou para prestar socorro à vítima porque ficou muito nervoso.

Segundo Cassandra, o laudo do local do acidente, feito por peritos da Polícia Civil, apontou que a condutora da motocicleta trafegava na Rua Eliseu Martins, enquanto a Hilux SW4 seguia na Rua 24 de Janeiro. A vítima, portanto, teria invadido a preferencial.

Ainda assim, a delegada esclarece que o juiz aposentado pode responder a uma ação penal por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Ela acrescenta que o fato de ele não ter parado para prestar socorro e só ter se apresentado à Polícia após ser intimado, quase dois meses após o acidente, são dois agravantes que irão constar no relatório final do inquérito que será apresentado ao Ministério Público.

Ana Kaline Meneses era casada e deixou uma filha de dois anos.

Família acusa juiz de ter sido omisso

Familiares da técnica em Radiologia afirmam que o condutor do veículo agiu de forma imprudente e omissa ao evadir-se do local do acidente.

Eles também afirmam que o fato de o suspeito ser um juiz de Direito fez com que as investigações ocorressem de forma mais demorada. "Infelizmente, a Polícia Civil do Piauí não nos deu resposta à altura do acontecimento", protestou um parente de Ana Kaline, através de uma rede social.

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