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Grades não impedem assaltantes de praticarem crimes na zona Norte

Nem mesmo a presença da Polícia tem coibido os assaltos, o que deixa a população mais insegura e com medo.

29/04/2016 07:28

Para tentar coibir os assaltos em seus estabelecimentos, muitos comerciantes da zona Norte de Teresina estão colocando grandes nas portas. Contudo, isto não tem evitado a ação dos criminosos. A aposentada Maria Nilza Pereira é proprietária de um trailer que vende doces próximo à Escola Municipal José Nelson de Carvalho, localizado no bairro Parque Alvorada. Depois de três arrombamentos, ela decidiu gradear completamente a estrutura.


Foto: Moura Alves/ODIA


“Da primeira vez, levaram toda a mercadoria e jogaram fora algumas coisas e só não levaram o dinheiro, porque a gente não deixa. Na outra vez, rasgaram a lateral do trailer para levar o motor do freezer, mas não deu certo. E dessa última vez, arrebentaram o teto para entrar, e é porque já tinha grade no teto”, disse. Para ela, o mais irônico é que seu ponto de trabalho fica localizado em frente ao 7º Distrito Policial e, mesmo assim, o trailer já foi arrombado diversas vezes. Segundo ela, a presença da polícia não tem coibido os assaltos, o que deixa a população ainda mais insegura e com medo da violência.

Ela também conta que os assaltantes ficam escondidos em uma praça localizada em frente à escola e, quando alguém passa, acaba sendo vítima dos criminosos, e o principal alvo são os celulares e bolsas. “Assalto aqui é toda hora. Eles ficam na esquina da praça e, quando a pessoa passa, eles colocam a faca e pedem o celular e a bolsa. Mesmo o carro da Polícia passando não impede, porque acontece assalto é na frente do DP e ninguém faz nada, então não sei nem o que pode fazer para resolver isso”, disse.

A balconista Francisca Cabral trabalha em uma padaria próximo à escola e conta que foram colocadas grades na entrada do estabelecimento devido aos assaltos que são recorrentes. Ela cita que as grades são retiradas no início da manhã e colocadas a partir das 9h, quando a movimentação diminui. Com isso, os clientes precisam ficar do lado de fora do comércio para serem atendidos.

“As pessoas conhecidas a gente abre e deixa entrar, mas a maioria a gente atende pelas grades mesmo. Quando é 15h30, que tem mais movimento, aí retiramos a grade, mas de noite, colocamos de novo, porque nós funcionamos até às 22h. Nesse horário de meio dia é quando tem mais assalto, porque quase não tem ninguém nas ruas e eles aproveitam que as pessoas estão nas paradas de ônibus para cometer assaltos”, falou a balconista.

Francisca Cabral conta ainda que, mesmo com as grades, ela não se sente segura. Para ela, a sensação de insegurança aumenta e é ainda maior devido aos assaltos acontecerem próximos ao distrito policial do bairro.

“A grade impede um pouco os assaltos, mas dá um medo. Mas se for deixar de trabalhar por causa de medo, a gente não faz nada. A delegacia que tem aqui perto não resolve nada, porque, se você for assaltado e for lá, eles não fazem nada, o que tinha que ter era um posto da Polícia nessa praça. A viatura da passa por aqui às vezes, mas isso não impede nada”, completa.

A equipe de reportagem do Jornal ODIA entrou em contato com o comando do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), mas ninguém foi encontrado para dar esclarecimentos.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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