Para tentar coibir os assaltos
em seus estabelecimentos,
muitos comerciantes da zona
Norte de Teresina estão colocando
grandes nas portas.
Contudo, isto não tem evitado
a ação dos criminosos. A aposentada
Maria Nilza Pereira é
proprietária de um trailer que
vende doces próximo à Escola
Municipal José Nelson de
Carvalho, localizado no bairro
Parque Alvorada. Depois de
três arrombamentos, ela decidiu
gradear completamente a
estrutura.
Foto: Moura Alves/ODIA
“Da primeira vez, levaram
toda a mercadoria e jogaram
fora algumas coisas e só não
levaram o dinheiro, porque a
gente não deixa. Na outra vez,
rasgaram a lateral do trailer
para levar o motor do freezer,
mas não deu certo. E dessa última
vez, arrebentaram o teto
para entrar, e é porque já tinha
grade no teto”, disse.
Para ela, o mais irônico é
que seu ponto de trabalho
fica localizado em frente ao
7º Distrito Policial e, mesmo
assim, o trailer já foi arrombado
diversas vezes. Segundo
ela, a presença da polícia não
tem coibido os assaltos, o que
deixa a população ainda mais
insegura e com medo da violência.
Ela também conta que os assaltantes
ficam escondidos em
uma praça localizada em frente
à escola e, quando alguém
passa, acaba sendo vítima dos
criminosos, e o principal alvo
são os celulares e bolsas. “Assalto
aqui é toda hora. Eles
ficam na esquina da praça e,
quando a pessoa passa, eles
colocam a faca e pedem o celular
e a bolsa. Mesmo o carro
da Polícia passando não impede,
porque acontece assalto é
na frente do DP e ninguém faz
nada, então não sei nem o que
pode fazer para resolver isso”,
disse.
A balconista Francisca Cabral
trabalha em uma padaria
próximo à escola e conta que
foram colocadas grades na
entrada do estabelecimento
devido aos assaltos que são recorrentes.
Ela cita que as grades
são retiradas no início da
manhã e colocadas a partir das
9h, quando a movimentação
diminui. Com isso, os clientes
precisam ficar do lado de fora
do comércio para serem atendidos.
“As pessoas conhecidas a
gente abre e deixa entrar, mas
a maioria a gente atende pelas
grades mesmo. Quando
é 15h30, que tem mais movimento,
aí retiramos a grade, mas
de noite, colocamos de novo,
porque nós funcionamos até
às 22h. Nesse horário de meio
dia é quando tem mais assalto,
porque quase não tem ninguém
nas ruas e eles aproveitam que
as pessoas estão nas paradas de
ônibus para cometer assaltos”,
falou a balconista.
Francisca Cabral conta ainda
que, mesmo com as grades, ela
não se sente segura. Para ela, a
sensação de insegurança aumenta
e é ainda maior devido
aos assaltos acontecerem próximos
ao distrito policial do
bairro.
“A grade impede um pouco
os assaltos, mas dá um medo.
Mas se for deixar de trabalhar
por causa de medo, a gente
não faz nada. A delegacia que
tem aqui perto não resolve
nada, porque, se você for assaltado
e for lá, eles não fazem
nada, o que tinha que ter era
um posto da Polícia nessa praça.
A viatura da passa por aqui
às vezes, mas isso não impede
nada”, completa.
A equipe de reportagem do
Jornal ODIA entrou em contato
com o comando do 9º Batalhão
da Polícia Militar (BPM),
mas ninguém foi encontrado
para dar esclarecimentos.