Segundo um morador do Residencial Wilson Martins, o terreno é bastante amplo e permite a construção de casas e barracos com folga, o que acaba atraindo as famílias. “É constante esse tipo de conflito aqui. Os ocupantes chegam, começam a se instalar e aí vêm os fiscais da Prefeitura pra retirar. Depois de uns dias, as famílias voltam de novo e fica nisso o tempo todo”, diz um homem que mora próximo ao terreno.
Hoje, no entanto, o número de pessoas era maior que o observado nas outras ocupações, e os fiscais da SDU Leste tiveram que acionar a PM para dar apoio na retirada das famílias. Em conversa com o PortalODIA, o capitão Craveiro, do 5º BPM, conta que os representantes da Prefeitura negociaram com os ocupantes, cabendo à polícia apenas “garantir que nada fugisse de controle”.
Pouco depois de se retirarem, os policiais foram acionados novamente pela associação de moradores do Vale do Gavião e informados de que os ocupantes haviam retornado ao terreno, dessa vez gritando palavras de ordem e portando vários instrumentos cortantes. As famílias dizem que não vão mais se intimidar e permanecem no local desafiando a Polícia Militar. Os fiscais da Prefeitura foram novamente acionados.
Terreno era utilizado como ponto para desmanche de motos e consumo de drogas, alegam invasores
Para legitimar a ocupação, os invasores alegam que o terreno está abandonado há cerca de 15 anos, e vinha sendo utilizado como ponto para desmanche de motos e consumo de drogas. "O que a gente quer não é afrontar as autoridades. A gente quer uma oportunidade de moradia e ter um lugar pra chamar de nosso", afirmou Maria de Lourdes, uma das que lidera a ocupação do terreno.
Ela acrescenta que está há mais de dez anos à procura de um local fixo para morar, e relata que nunca conseguiu uma chance para participar do programa habitacional 'Minha Casa, Minha Vida', do Governo Federal.
Os invasores relatam que em diversas ocasiões a Polícia Militar já desocupou o terreno, mas eles sempre reconstroem os barracos, dias após eles serem derrubados.
Por: Maria Clara Estrêla e CÃcero Portela