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Velho Zeza é condenado a 18 anos e Odair Justino a 15 anos de prisão

Julgamento começou por volta das 8h30h desta quarta, e encerrou por volta das 20h30. Foram ouvidas duas testemunhas, dentre as quais Adriana Neres, que seria o pivô do assassinato.

26/10/2016 15:43

Após doze horas de julgamento, realizado nesta quarta-feira (26), o juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri proferiu a sentença determinando a condenação de João Alves, o velho Zeza, a 18 anos e um mês de prisão, e de Odair Alves Justino, a 15 anos, pelo assassinato de Daniel Barbosa da Silva, no ano de 2013. 

Conforme a acusação, a motivação para o crime teria sido passional, por ciúmes que o velho Zeza tinha de sua mulher, Adriana Siqueira Neres, além de suposta relação com o tráfico de drogas. João Alves, o velho Zeza, teria sido o mandante do crime, e Odair Alves o executor.

O promotor João Malato fez suas considerações após a oitiva das testemunhas, no final da tarde quarta.

Segundo o promotor João Malato, velho Zeza é um conhecido traficante da zona Sul, que ainda comanda o comércio de drogas de dentro da cadeia. "É notório que ainda hoje o acusado é temido e exerce influência sobre o tráfico em Teresina", argumentou.


Promotor João Malato faz suas alegações. Sentados (de branco), os réus Velho Zeza e Odair Alves

Para o promotor, a motivação do crime não foi apenas ciúmes. “Ela era mulher de confiança de Velho Zeza e tinha acesso a todos os bens materiais dele. Um relacionamento com outro homem seria um risco até para os negócios do réu”, alegou Malato.

O julgamento começou por volta das 8h30h desta quarta, e encerrou por volta das 20h30. Foram ouvidas duas testemunhas: Adriana Neres, que seria o pivô do assassinato, e Cláudio Roberto Alves, que teria visto Daniel Barbosa pouco antes dele ser assassinado. Esta testemunha é proprietária de uma lanchonete onde a vítima teria lanchado na companhia de Adriana.

O acusado de atirar em Daniel, Odair Alves Justino, também foi julgado pelo crime. A Polícia Federal cedeu gravações oriundas de interceptações telefônicas, realizadas durante a Operação Pioneira, na qual o Velho Zeza foi preso pelo crime de tráfico. Nos áudios, Odair conversa com outra pessoa sobre a quantidade de tiros que a vítima levou.

Logo após o promotor, o advogado de defesa, Bruno Átila, irá fazer suas considerações e, em seguida, o júri irá votar. A acusação pede a condenação máxima, por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa). A pena prevista nesses casos é de 12 a 30 anos.

Família da vítima pede justiça

Familiares da vítima e do Velho Zeza acompanharam o julgamento, que foi comandado pelo juiz Antonio Noleto, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. 

Segundo Francisco Lima, tio da vítima, a família de Daniel não deseja vingança, mas esperava a condenação dos acusados, com base no pedido interposto pelo promotor. "Esperamos por justiça, não é vingança, pois temos que dar uma resposta aos filhos do Daniel. As provas são incontestáveis, são baseadas nos depoimentos e confissão dos acusados", disse ao O Dia. 

Francisco Lima revelou que as duas crianças, 10 e outro 14 anos, estão sob tutela da família da vítima. "... Eles recebem acompanhamento psicopedagogo desde o falecimento do Daniel. Aos poucos vão atender o corrido, para poder viver com a ausência do pai,é uma questão muito difícil para todos nós...", falou. 

Dando continuidade à sua fala, o promotor João Malato apresentou uma lista, que segundo ele, representa o "currículo vita" dos acusados (Veja o vídeo). "Isso aqui, excelência, é a história dos nossos acusados. Chamo isso de currículo vita. Isso mostra o grau de periculosidade deles, é só uma amostra do que a polícia conseguiu identificar", disse. 


Para o promotor, o acusado de ter cometido os disparos que vitimou Daniel é traficante e braço direito de João Alves. "O Odair diz que não tem nada haver com a história, mas ele tanto tem, que confessou, na época em que foi preso, está aqui nos autos do processo, ser o soldado do Zeza. Veio exclusivamente para trabalhar para ele", assegurou. 

Pelo menos 25 pessoas são acusadas de integrar uma suposta quadrilha especializada no tráfico de drogas, comandada por "zeza", na capital, segundo revelações feitas  pelos promotor João Malato, durante à audiência, na tarde de hoje. 

Por: Nayara Felizardo e Francisco Barbosa
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