Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Em 48 horas, duas fugas de presos são abortadas em unidades penais do Piauí

Ocorrências foram registradas na Penitenciária Irmão Guido e na Penitenciária de Esperantina.

11/03/2015 19:05

Duas tentativas de fuga de presos foram abortadas por agentes penitenciários em unidades do sistema prisional do Piauí num intervalo de apenas 48 horas.

O primeiro caso ocorreu na manhã do último sábado, na Penitenciária Irmão Guido, localizada em Teresina. Os presos da cela 11 do pavilhão B tentaram fazer um buraco na parede para fugir, mas foram impedidos pelos agentes. Logo em seguida, eles deram início a um motim, que também foi contido pelos servidores lotados na unidade.

"Além da parede, eles também quebraram uma parte da laje. Quando os agentes detectaram o problema, os presos passaram a tentar intimidar os agentes, fazendo arruaça e balançando as grades na tentativa de quebrá-las. Os servidores, então, tiveram que acionar a Polícia Militar, e só então conseguiram entrar nas celas para realizar a vistoria e verificar o estrago provocado pelos detentos", detalha Kleiton Holanda, diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi).

Parede estava sendo destruída por detentos da Penitenciária Irmão Guido, em Teresina

A outra ocorrência foi registrada na Penitenciária de Esperantina, na manhã de segunda-feira (9). Os agentes penitenciários encontraram um túnel nas celas 7 e 8 do pavilhão D do presídio. Durante vistoria, também foram aprendidos vários objetos escondidos no interior das cela, como celulares e armas brancas, feitas com materiais retirados da estrutura do próprio presídio.

Além dessas, outras duas ocorrências foram registradas no sistema penal nos últimos dias - uma tentativa de motim na Casa de Custódia José Ribamar Leite, em Teresina, e um motim na Penitenciara Regional Dom Abel Alonso Nunez, em Bom Jesus.

De acordo com o Sinpoljuspi, a revolta dos presos em Bom Jesus teve início no final da tarde de segunda-feira e só foi controlada por volta das 22 horas. O sindicato denuncia que o diretor da unidade não estava presente no local e, ao ser avisado sobre o problema, sequer tomou providências para solucioná-lo.

Kleiton Holanda afirma que, em sucessivas gestões, a Secretaria de Justiça não tem feito nada para solucionar o caos que se instalou nas unidades prisionais do Piauí. "Falta manutenção dos prédios, faltam servidores, as obras estão inacabadas e falta material de trabalho, como armas, detectores de metais e até de lanternas", protesta.

O diretor administrativo do Sinpoljuspi diz, ainda, que o governador Wellington Dias (PT) e o secretário de Justiça, Daniel Oliveira, devem ser responsabilizados por tragédias que eventualmente venham a ocorrer nos presídios do Estado. "Há anos o sindicato vem alertando para essa possibilidade de explosão do sistema prisional do Piauí, por conta da completa falta de estrutura das unidades. E os agentes penitenciários são os mais vulneráveis a esse problema, pois nós sabemos que, em rebeliões, os presos usam os servidores como instrumento para realizar suas reivindicações junto ao governo. Nessas situações extremas, os agentes são feitos reféns ou mesmo mortos. Todos nós sabemos disso, as autoridades sabem disso, mas nada é feito", alerta Holanda.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça, que ficou de enviar por email, nas próximas horas, o posicionamento oficial da pasta sobre as ocorrências registradas nos últimos dias.

Mais sobre: