Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Educador do CEM sofre AVC durante rebelião e família cobra assistência

Antônio Cardeal Matos tentava conter adolescentes que estavam queimando colchões no pavilhão. Sequelas o impedem de andar e falar

20/10/2016 08:48

A família de Antônio Cardeal Matos, um dos educadores sociais do Centro Educacional Masculino (CEM) em Teresina, reclama que o agente não tem recebido apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (SASC). Isso porque o educador social sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante uma das rebeliões no Centro, no início do mês de setembro deste ano, deixando-o com sequelas que o impedem de andar e falar. 

A esposa do servidor, Jesuína Matos, conta que o acidente ocorreu após um princípio de rebelião em que os internos do CEM atearam fogo em colchões em uma tentativa de fuga, e que o agente socioeducador teria inalado a fumaça causada pela queima dos colchões e desempenhado um grande esforço físico para tentar conter o motim, sofrendo um AVC logo em seguida. “Na madrugada do dia nove de setembro, houve um início de rebelião no CEM, e o meu marido foi tentar conter os adolescentes, porque ele vestia a camisa do CEM, ele dava o sangue por aquele trabalho, e devido ao esforço físico e à grande quantidade de fumaça que ele inalou, logo após a rebelião ser contida, ele sofreu um AVC”, explica. 


Após sofrer o AVC, o educador social foi levado para o Hospital do Buenos Aires, sendo transferido para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e logo em seguida para um hospital particular da capital. Após passar 20 dias internado, Antônio Cardeal Matos retornou para casa, porém, apresentando sequelas. O servidor perdeu os movimentos do lado direito do corpo, a fala e parte da audição, e agora depende da esposa e da filha, que se revezam nos cuidados com ele em casa. 


Segundo Jesuína Matos, o servidor precisa de tratamento com fonoaudiólogo e fisioterapeuta para recuperar os movimentos e a fala, mas sem o apoio da SASC, não conseguem iniciar o tratamento, pois não possuem transporte para se deslocar de casa ao hospital e alguns tratamentos não têm cobertura do plano de saúde. “Eu queria que eles vissem o meu marido como um ser humano. Ele trabalha há 19 anos como agente operacional, e está quase para se aposentar como servidor público do governo do Estado, mas eles nunca vieram até aqui para saber como ele está, ele sofreu isso porque estava trabalhando. Eu queria que pelo menos me ajudassem a conseguir as consultas com a fonoaudióloga, porque o plano de saúde não cobre, e também conseguir o transporte dele até o hospital”, ressalta. 


Além do tratamento, o educador social também precisa de equipamentos que auxiliem na rotina em casa, como uma cadeira de rodas para tomar banho. “A cadeira de rodas que ele tem, foram os amigos que juntaram o dinheiro e deram para ele, a outra que ele usa para tomar banho nós pedimos emprestado para nossa vizinha, mas a qualquer momento ela pode pedir de volta, porque ela também precisa. E a qualquer momento eu vou ter que sair do meu emprego para cuidar dele, porque minha filha não consegue cuidar sozinha, então nossa renda vai cair bastante”, destaca.

A SASC comunicou que enviará uma equipe de assistentes sociais até a residência da família do educador social para verificar a necessidade de tratamentos que o ajudem a recuperar os movimentos e a fala e verificar como será possível ajudar a família até a total recuperação do servidor.
Por: Nathalia Amaral
Mais sobre: