A Delegacia de Proteção à Criança
e ao Adolescentes (DPCA) está investigando 53 casos de estupro em inquéritos
abertos desde janeiro até esta terça-feira (17/05). Os números são do Conselho
Tutelar de Teresina, que acompanha as denúncias encaminhadas à delegacia. De
acordo com Djan Moreira, conselheiro tutelar da zona Leste da Capital, em 44
casos as vítimas tinham de 0 a 14 anos, o que se configura como estupro de
vulnerável, e em nove casos, as vítimas tinham entre 14 e 18 anos.
Além dos casos de estupro, a DPCA investiga ainda cinco registros de ato libidinoso e um caso de aliciamento. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (18) em razão de hoje ser o Dia de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Em meio à realidade em que constantemente surgem casos envolvendo questões de assédio e abusos, a data surge como uma forma de dar visibilidade a esses tipos de crime, como uma forma de não os deixar cair na impunidade.
É o que explica Djan Moreira. “É dever de todos nós agir ao perceber. Então pode procurar conselho tutelar ou acionar o DISK 100 porque é universal. Procurar denunciar para delegacia. Lembrando que a escola e o hospital ao receber um caso de suspeita de violência sexual são obrigados a comunicar o conselho tutelar. Tem que denunciar para cessar o sofrimento e dar oportunidade da criança ou adolescente reescrever sua história”, pontua.
Nesse contexto, ao sofrer algum tipo de violência sexual, crianças e adolescentes logo tendem a demonstrar indícios de que não estão bem. Por conta disso, pessoas próximas a esse jovem, dentro do âmbito familiar ou escolar, tem papel fundamental caso a criança ou adolescente apresente algum sinal.
O conselheiro tutelar explica que há dois modos por meio dos quais é possível notar mudança de comportamento em jovens caso tenham sofrido abuso sexual: ela pode ficar retraída ou manifesta interesse por assuntos sexuais.
No primeiro caso, é comum o jovem ficar retraído e chorar com mais frequência ou até mesmo demonstrar agressividade. Se o jovem voltar a ter comportamentos infantis que já abandonou anteriormente também pode ser indicativo. Observar o rendimento escolar também é importante, já que uma queda repentina pode demonstrar que algo está errado.
Além disso, crianças ou adolescentes que apresentam interesse por questões sexuais e usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas podem estar indicando uma situação de abuso.
É importante ressaltar que criança ou adolescente precisa passar por avaliação especializada caso apresente alguns desses sinais e em quase todos os casos a vítima tenta se manifestar da sua própria maneira. Qualquer pessoa que suspeitar de algo pode denunciar pelo Disque 100.
Edição: Maria Clara EstrêlaPor: LetÃcia Santos