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Homem é preso por estupro após usar fotos íntimas para chantagear a ex

Homem criou perfis falsos no Facebook, e ameaçou divulgar fotos em que a vítima está nua, caso ela não enviasse novas imagens e vídeos íntimos.

04/08/2017 09:34

Um caso de coação, ameaça e estupro na modalidade virtual terminou com o cumprimento de dois mandados de prisão realizados pela Delegacia de Repressão aos Crimes Virtuais na manhã desta sexta-feira (4). Segundo a investigação, uma universitária estava sendo coagida pelo ex-namorado que ameaçava divulgar fotos íntimas da vítima, e ordenava que ela produzisse novas imagens e vídeos e enviasse para ele.

Os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão, recolhendo um computador, HDs e os celulares do suspeito e de seus familiares. Todos os equipamentos vão passar por perícia.


Delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Virtuais, Daniel Pires (Foto: Elias Fontinele/ODIA)

O delegado Daniel Pires explicou que foram expedidos dois mandados de prisão preventiva porque a Polícia não sabia exatamente qual dos homens que moravam na mesma casa tinham praticado o crime - se o ex-namorado ou um familiar seu. Após confirmar a autoria, o suspeito permaneceu preso e seu parente foi liberado.

O caso chama atenção pelo uso do termo “estupro na modalidade virtual”. A Secretaria de Segurança Pública explicou, por meio de nota, que o crime se caracteriza pela exploração sexual ou pornográfica de uma pessoa mediante ameaça através da internet. No caso revelado hoje, o homem exigia que a vítima enviasse fotos e vídeos se masturbando.


A investigação apurou que o acusado roubou fotos íntimas da vítima, feitas na época em que eles mantiveram um relacionamento. Ele também teria feito imagens enquanto a mulher estava dormindo, sem que ela permitisse, conta o delegado Daniel Pires.

Com essas fotos, o homem criou três perfis no Facebook. Através de um deles, entrou em contato com a vítima e passou a exigir novas imagens e vídeos sob a ameaça de divulgar as primeiras. No segundo perfil, o acusado fez um álbum com as fotos e deixou no modo privado, mas ameaçou torná-lo público. No terceiro perfil ele postou imagens de familiares da vítima, inclusive do filho, menor de idade.

As ameaças começaram no final de junho e persistiram por dois dias, as investigações apontam que o acusado fez isso por estar sendo ignorado pela universitária. Com medo e muito abalada emocionalmente, a vítima atendeu às exigências do acusado e enviou as imagens e os vídeos de conteúdo íntimo.

A Polícia Civil solicitou que os perfis fossem cancelados pelo Facebook, o que foi atendido.   “A vítima está bastante abalada emocionalmente e chegou a chorar em várias ocasiões quando prestou depoimentos. Ela não conseguia sequer escrever direito o próprio nome nos termos de declaração, de tão nervosa”, conta o delegado Pires 

O caso foi resolvido em 40 dias. “As vítimas desse tipo de crime geralmente são revitimizadas, porque são expostas e muitas vezes se sentem culpadas pelo crime, que é cometido pelo parceiro ou ex-parceiro. Mas é importante salientar que a vítima não deve se sentir culpada”, afirmou o delegado.

O homem vai responder pelo crime de estupro, que é hediondo e, portanto, inafiançável. Para preservar a identidade da vítima, o nome do acusado não foi revelado. A Polícia informou apenas que ele trabalha como vigilante e a mulher é estudante universitária.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento e Cícero Portela
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