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Diretora de Hospital é indiciada como coautora da morte de policial militar

Maria Ocionira estava de casamento marcado com Claudemir, mas comprou passagens um dia antes do crime e planejava viajar para fora do Brasil com Leonardo Ferreira, o mandante

16/12/2016 12:47

Foi presa da tarde desta sexta-feira (16) a diretora do Hospital Areolino de Abreu, Maria Ocionira Barbosa. O delegado Gustavo Jung confirmou a informação. "Ela estava trabalhando normalmente no hospital e acompanhando a coletiva de imprensa pela TV. Por isso eu falei que não havia sido feito o pedido de prisão, para que ela não fugisse", explicou o delegado.

A prisão é preventiva. "Achamos necessário diante de todas as evidências do inquérito", disse Jung. A acusada deverá ser levada para uma cela na Penitenciária Feminina.

Atualizada às 14h45

O delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado, deu detalhes do inquérito que apura a morte do policial do BOPE, Claudemir de Paula Sousa, 33 anos, e confirmou o indiciamento de Maria Ocionira como coautora intelectual do crime, junto com Leonardo Ferreira Lima. A acusada é diretora do Hospital Areolino de Abreu.

A motivação do crime ainda não foi muito bem esclarecida pela polícia, mas o que o delegado Jung adiantou foi que Ocionira mantinha um relacionamento com Claudemir desde 2013, ao mesmo tempo em que se relacionava com Leonardo, com quem teria também negócios envolvendo fraudes ao INSS. 

Claudemir estava há dois anos em Brasília, onde fazia um curso para integrar a Força Nacional. "O retorno dele a Teresina atrapalharia a relação amorosa e profissionais existente entre Ocionira e Leonardo", disse Jung. Questionado sobre tal motivação ser pequena para justificar um crime de tanta repercussão, já que ela poderia apenas ter terminado o relacionamento com Claudemir, o delegado não deu mais detalhes. "Foi pedido quebra de sigilo telefônico dos envolvidos. Quando isso for autorizado, teremos mais informações", argumentou.

A polícia descobriu que Ocionira, no dia 5 de dezembro, tinha comprado passagens para Natal, onde iria passar o reveillon com Leonardo. O casal também havia reservado hotel. Além disso, os dois também haviam comprado passagens para o dia 23 de janeiro, para Amsterdã. "O que causou estranhamento é que ela estava de casamento marcado com Claudemir para fevereiro. Como poderia comprar passagens e planejar viagens com outro homem? Essas informações foram essenciais para ligá-la ao crime", comentou Gustavo Jung.

O casamento com o policial já era de conhecimento público. No dia da morte, a vítima esteve no trabalho de Ocionira e acertaram detalhes da união. Cerca de 1h antes do assassinato, a indiciada enviou, para familiares de Claudemir, fotos de um apartamento que iria comprar com ele.

Polícia Federal

As informações sobre a fraude ao INSS, envolvendo Ocionira e Leonardo, serão encaminhadas para a Polícia Federal que vai aprofundar a investigação. "Na casa de Leonardo nós encontramos documentos fazendo referência à ‘doutora Ocionira’ e informações de montantes devidos aos dois. O Leonardo era como se fosse um secretário dela”, afirma o delegado. 

Além desses documentos, foram encontrados carimbos de sindicatos e de tabelionatos, bem como selos judiciais e de serventias cartorárias. A polícia vai avaliar se esses selos são falsos ou não, mas ressaltou que esse material não poderia estar na casa do Leonardo.

Nove indiciados

O assassinato de Claudemir envolveu nove pessoas. Além de Ocionira e Leonardo, que são os autores intelectuais, foram indiciados José Roberto Leal da Silva, Francisco Luan de Sena, Igor Andrade Sousa, Flávio Willame da Silva, Wesley Marlon Silva, Thaís Monait Meris de Oliveira e Wagner Falcão. 

A participação de cada um foi explicada pelo delegado Gustavo Jung:

José Roberto - taxista e agenciador. Foi ele quem intermediou o contato entre Leonardo e Igor.

Igor - contratou Francisco Luan, Thaís, Flávio e Wesley para executar o plano de Leonardo e Ocionira.

Francisco Luan - namorado de Thaís e, justamente com ela, ficou responsável por monitorar o dia-a-dia da vítima. ta atividade foi intensificada nos dias 4, 5 e 6.

Thaís - além de monitorar os passos do PM junto com o namorado, foi a pessoa que apontou para os executores quem era a vítima. Ela ficou em uma sorveteria em frente à academia onde Claudemir malhava. Na hora que ele saiu, levantou, dando o sinal para os dois matadores.

Flávio - atirou no policial, usando um revólver calibre 38.

Wesley - já é acusado de vários crimes, inclusive homicídio. Ele também atirou no policial. A arma usada era uma pistola 380, que pertencia a Leonardo, um dos mandantes.

Wagner Falcão - foi um dos últimos indiciados. Conhecia parte da trama, pois é amigo de Leonardo, mas prestou falso testemunho à polícia.


Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Nayara Felizardo
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