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Descrentes da Polícia, moradores cogitam deixar Residencial Eduardo Costa

Assaltos frequentes têm mudado a rotina de quem mora na região e população reclama do descaso com a segurança pública

11/10/2016 08:19

O crescente número de assaltos tem assustado os moradores do Residencial Eduardo Costa, localizado na zona Sul de Teresina. Furtos a residências, estabelecimentos comerciais e pedestres viraram rotina na vida dos moradores da região. Além da falta de segurança, a população reclama de constantes faltas de água e energia elétrica, além da ausência de iluminação pública em vários pontos do residencial. 
A comerciante Karine Teixeira teve sua lanchonete assaltada na última quarta-feira (5). Ela conta que foi abordada por três homens que chegaram em um carro e a renderam, levando dinheiro, aparelhos celulares, televisão e aparelho de DVD. “Por conta de não ter a luz do poste, aqui, à noite, fica muito escuro. O carro que eles estavam passou, deu a volta no quarteirão e parou aqui em frente, e o assaltante já desceu correndo do carro com uma faca, colocando na minha barriga. Eu pedia todo tempo para que ele tivesse calma, porque ele estava muito nervoso e qualquer coisa que a gente fizesse ele poderia me esfaquear”, revela. 
A comerciante acredita que o despreparo dos policiais atrapalha a investigação dos casos. “Nós chamamos a Polícia, mas os policiais são muito despreparados. Nós demos todas as características dos assaltantes, os policias saíram e, quando voltaram, disseram que tinham encontrado dois suspeitos. Nós fomos com eles até a Vila Irmã Dulce para fazer o reconhecimento e, quando chegamos lá, os dois rapazes não tinham nada a ver com as características que nós tínhamos falado”, destaca. 
A dona de casa Denise Silva também foi uma das vítimas de assalto na última quarta-feira. Ela afirma que acordou com um barulho no quintal da sua residência, mas que, por medo dos assaltantes, não foi até o local. Na manhã seguinte, ao acordar, percebeu que a sua máquina de lavar havia sido roubada. 

Iluminação pública deficitária facilita a ação de bandidos na zona Sul de Teresina (Foto: O Dia)

“Eu já fui roubada duas vezes aqui. Uma vez estava indo buscar meu filho na escola e roubaram meu celular. E dessa vez, eles roubaram a minha máquina de lavar. Eu acordei de madrugada com um barulho no quintal, mas fiquei com medo de ir até lá ver o que era. No outro dia de manhã, eu percebi que eles haviam levado a minha máquina de lavar; as roupas que estavam dentro, eles jogaram no quintal da minha vizinha”, relata. 
A moradora afirma ainda que, por medo dos assaltos, pretende vender a casa em que mora há dois anos com os filhos e mudar-se para outro local. Ela diz também que não registrou boletim de ocorrência por não acreditar no trabalho da Polícia. 
“Eu não registrei boletim de ocorrência porque não adianta nada, a Polícia nem vem aqui. Quando roubaram meu celular, eu fui no posto policial da Vila Irmã Dulce, quando cheguei lá, nem policial tinha para atender a gente, então não foi registrado o boletim. Dessa vez, eu nem perdi meu tempo. A gente fica à mercê dos bandidos. Eu quero ir embora daqui até o final do ano. Eu morava no Dirceu antes de me mudar para cá e, lá, não tinha essas coisas de ladrão entrar dentro de casa e roubar nossas coisas. Aqui, a gente tem que gradear todas as portas e janelas, a porta da cozinha e da sala eu troquei por um metal mais resistente porque, quando a gente sai pra trabalhar, eles arrombam e levam tudo [sic.]”, diz.
Edição: Virgiane Passos
Por: Nathalia Amaral - Jornal O Dia
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