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Delegada indicia Moacir Moura Júnior por duplo homicídio doloso

Ele dirigia o Corolla que causou o grave acidente com os membros do Coletivo Salve Rainha. Inquérito já seguiu para o MP.

25/07/2016 10:52

A delegada titular da Divisão de Trânsito de Teresina, Cassandra Moraes, indiciou o jovem Moacir Moura da Silva Júnior, 27 anos, por duplo homicídio doloso, lesão corporal grave, evasão de local de acidente e omissão de socorro. Ele conduzia o Corolla que causou o trágico acidente com os membros do Coletivo Salve Rainha no último dia 26 de junho. A colisão violenta resultou na morte dos irmãos Bruno Queiroz e Júnior Araújo, e deixou o jornalista Jader Damasceno gravemente ferido.

Veja o vídeo do momento do acidente:


O inquérito foi entregue na manhã de hoje (25) ao Ministério Público Estadual que terá um prazo para apresentar, ou não, a denúncia à Justiça. Caso o relatório da Polícia Civil seja acatado pelo MP, Moacir Júnior sai da condição de indiciado e passa a ser réu no processo.

Ao falar com o PortalODia.com, a delegada Cassandra afirmou que as provas colhidas, inclusive o laudo obtido com a perícia dos veículos envolvidos e os detalhes apurados com a simulação do acidente, são sustentam a tese de que Moacir tinha consciência de que colocava a sua vida e a de terceiros em risco ao trafegar perigosamente.

“A análise do velocímetro deixa clara: ele trafegava a uma velocidade 50% acima do permitido para aquela via, invadiu sinais vermelhos seguidamente, invadiu cruzamentos de forma imprudente, estava embriagado. Isso não é homicídio culposo, é dolo. Ele sabia que podia ferir alguém. E não só feriu, como tirou a vida de duas pessoas”, declara a delegada Cassandra.


O acidente tirou a vida do produtor cultural Júnior Araújo e de seu irmão, Bruno Queiroz. Júnior foi o fundador do Coletivo Salve Rainha (Foto: Moura Alves/O Dia)

Ela evita dar detalhes quanto à aplicação de pena, caso Justiça aceite a denúncia a ser oferecida pelo MP. Mas explica que no caso de um homicídio doloso simples, ela pode variar de seis a 20 anos. “Nós temos um caso que é muito mais grave, mas isso é mérito da Justiça. Se ele virar réu, pode ir a júri popular. O fato é que, se ele não tinha a intenção de matar, como é o caso do homicídio culposo, porque não tentou ajudar as vítimas logo depois? Ele correu na direção oposta, os policiais militares que atendem a ocorrência relataram isso”, questiona a delegada.


O jornalista e designer Jader Damasceno segue internado em um hospital particular, mas em recuperação (Foto: Arquivo O Dia)

O inquérito será, agora, analisado pelo Ministério Público que deve enviar a denúncia ao Poder Judiciário. Moacir Júnior responde ao processo em liberdade desde o dia seguinte ao acidente, quando pagou a fiança de sete salários mínimos estipulada por um juiz.

O caso

Moacir Júnior era o motorista que conduzia o Corolla preto que colidiu lateralmente com o Fusca onde estavam os membros do Salve Rainha, Bruno Queiroz, Jader Damasceno e Júnior Araújo. Bruno veio a óbito no local do acidente, ocorrido na Avenida Miguel Rosa; Júnior faleceu três dias depois no HUT; e Jader segue em recuperação num hospital particular de Teresina.

Por: Maria Clara Estrêla
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