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Banda Bandida: cabo é preso e ficará custodiado no presídio do Exército

O militar será julgado pela justiça comum. Ele alega que os disparos foram efetuados em legítima defesa, durante uma briga da prévia de carnaval

16/01/2018 13:32

O cabo Wanderson Lima Fonseca, responsável pelos disparos efetuados durante a Banda Bandida no último sábado (13), que deixaram três pessoas feridas, se apresentou por volta de meio-dia desta terça-feira (16) no 1º Distrito Policial e foi preso. O 2º Batalhão de Engenharia de Construção instaurou um processo administrativo para apurar a conduta do militar.

Durante o seu depoimento à titular do 1º DP, a delegada Valéria Cunha, o cabo alegou que os tiros foram disparados em legítima defesa. Na versão da defesa, teria havido um princípio de confusão fora do evento entre o cabo Wanderson Lima e uma das vítimas, identificada como Paulo Roberto Rodrigues da Costa. Ao adentrar o evento, Paulo Roberto teria agredido o militar e o amigo, identificado apenas como Felipe, e, por isso, os tiros teriam sido disparados em legítima defesa. 

"Tanto dentro, quanto fora ocorreu um princípio de confusão. O que ele relata é que no momento da confusão lá fora, ele evitou, mas quando adentrou o local da festa, a vítima Paulo, que se encontra no HUT, partiu para cima do Felipe e posteriormente para cima do cabo Wanderson, e ele, como estava de posse da arma de fogo, desferiu alguns tiros contra ele, mas somente para coibir a ação do Paulo, tanto que os tiros foram somente nas pernas", relata o advogado do cabo, Lício Barbosa. Ainda de acordo com o advogado, Wanderson e Paulo já haviam se conhecido no bairro Mocambinho, mas não eram próximos. 

Advogado Lício Barbosa. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)

Sobre a arma, o cabo do Exército informou que foi armado ao evento "sem intenção nenhuma", e que o motivo de ter adentrado ao local de posse da pistola calibre 380 foi porque havia estacionado o carro em local distante da festa. A arma, no entanto, não foi entregue à Polícia, pois o cabo alega que perdeu a pistola durante a fuga. "Ele disse que tinham pessoas o perseguindo, que ele não sabe relatar se eram policiais militares ou civis à paisana, e a arma caiu no chão, quando ele pegou na cintura, já não estava mais de posse da arma", conta o advogado.

A versão da defesa é de que o cabo não conhecia as demais vítimas e que os disparos foram direcionados apenas à vítima Paulo.

Segundo a delegada Valéria Cunha, com a apresentação do militar, foi dado cumprimento ao mandado de prisão preventiva e, por ser oficial do Exército, o cabo deverá ser transferido nas próximas horas à unidade prisional do Exército Brasileiro, onde deverá ficar preso à disposição da Justiça do Estado do Piauí.

Delegada Valéria Cunha. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)

A ocorrência é considerada como crime comum, pois foi praticado fora da organização militar. Dessa forma, a investigação será feita na esfera da justiça comum. 

Em nota enviada à imprensa, o 2º BEC afirmou que está apoiando as autoridades policiais para a elucidação do caso. O cabo ainda não havia se apresentado à instituição, pois está de férias. 


Vídeo mostra momento de desespero durante tiroteio na Banda Bandida no último sábado (13)


O comando do 2º BEC destacou que não compactua com qualquer tipo de ato de violência. “Repudiamos veementemente fatos desabonadores da ética e da moral, que devem estar presentes na conduta de todos os seus integrantes”, conclui o texto.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, uma das vítimas, Paulo Roberto Rodrigues da Costa aparece deitado no leito do HUT (Hospital de Urgência de Teresina), onde permanece internado. Na versão da vítima, ele estava se divertindo na festa com sua esposa e seu filho de 1 ano, quando os acusados se aproximaram. “Ele ficou olhando para minha esposa, perguntei se ela conhecia ele e ela disse que não. Depois ele chegou mais perto caçando conversa e perguntou o que eu tava olhando, aí dei um murro nele. Quando me afastei só ouvi os disparos. O primeiro tiro foi na minha perna”, conta.


Além dele, mais duas pessoas ficaram feridas. Jardel de Oliveira, de 25 anos, foi levado ao hospital e liberado no mesmo dia. A terceira vítima não teve a identidade revelada.

Por: Nayara Felizardo e Nathalia Amaral
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