Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Assaltos constantes assustam moradores no bairro Memorare

População relata que os crimes acontecem nas ruas e dentro das residências da região.

26/04/2016 07:24

Moradores do bairro Memorare, na zona Norte de Teresina, reclamam da falta de segurança na região. Eles relatam que não há policiamento no bairro e que não podem nem sentar na porta de suas casas sem que bandidos os abordem.


Foto: Assis Fernandes/ODIA


Maria Neusa, moradora do bairro, fala que já reagiu a um assalto porque não tinha policial na rua para protegê-la. “O real problema do bairro é a segurança. A qualquer hora pode passar alguém de moto e assaltar os moradores. Eu já fui assaltada várias vezes, as minhas mãos estão despelando porque eu reagi a um assalto e acabei me ferindo. Levaram minha bolsa, meu anel, meu celular e, quando ele viu minha aliança, quis arrancá-la do meu dedo, mas eu mordi a orelha dela e acabei rasgando-a. Eu não saio mais de casa sem estar armada. Depois de sermos vítimas de assalto, conhecemos um bandido a distância”, desabafa.

A moradora ainda conta que, uma vez, um bandido se vestiu de agente endêmico para tentar entrar em sua casa e roubá-la. “Um rapaz bateu aqui na porta numa segunda- -feira e eu perguntei o que ele queria, ele disse que queria entrar para checar se havia possíveis focos de mosquito da dengue. Eu chamei meu marido para confirmar o que eu já sabia, o agente de saúde tinha vindo na semana anterior fazer a vistoria, não viria uma segunda vez. Achei muito suspeito e deduzi que ele queria assaltar minha casa. Vários amigos meus foram vítimas de bandidos vestidos com o uniforme dos agentes”, relata.

Já o morador Antônio Carlos da Silva fala que, semana passada, sua vizinha pediu que a manicure fosse até a casa dela e, quando ela menos esperou, um adolescente, na faixa etária de 16 anos, invadiu a casa e a assaltou. “Tem uma menina que é manicure e, de vez em quando, o pessoal aqui da rua chama ela para trabalhar. Um moleque de 15, 16 anos entrou na casa e tomou o celular das meninas e os moradores da rua queriam ir atrás dele”, lembra.

Contudo, Antônio diz que registrar boletim de ocorrência para estes casos não tem serventia. “A gente não registra queixa na delegacia porque não resolve o problema, prende hoje e solta no dia seguinte. A segurança por aqui é péssima. A comunidade até paga um rapaz que faz rondas pelo bairro à noite, mas não existe coisa mais difícil do que ver um carro da polícia passando por aqui”, lamenta o morador.

Policiamento

Por sua vez, o coronel Vicente Carlos, comandante do 9° Batalhão da Polícia Militar, fala que há policiamento na ruas, mas quando se prendem os bandidos, os próprios moradores não querem prestar queixa. “As pessoas não querem denunciar. Nós fazemos a apreensão e chamamos as vítimas de assalto para um reconhecimento, mas eles não querem fazer; na maioria das vezes, querem apenas os objetos furtados de volta e não querem registrar nenhuma queixa”, declara.

O coronel afirma também que o alto índice de reincidência tem contribuído para que os assaltos aconteçam. “Dos indivíduos que prendemos, a maioria é reincidente, tem cinco, sete passagens pela Polícia. Os que são menores são soltos assim que os pais vem na delegacia buscá-los. Isso é normal na zona Norte”, afirma Vicente Carlos.

Por: Ioná Nunes - Jornal O DIA
Mais sobre: