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Após oito dias, sangue de menino intoxicado é colhido para exame

Segundo médico perito do Instituto de Criminalística, menino teve convulsões nos dias após o caso, o que pode indicar que não houve intoxicação por remédio.

25/04/2017 11:58

O médico Antônio Nunes, perito do Instituo de Criminalística, comentou hoje o envio tardio da amostra de sangue do menino que, oito dias atrás, foi internado por suspeita de intoxicação. Segundo ele, o resultado pode ser prejudicado pela demora. “O ideal é fazer esse exame até três horas depois da intoxicação. No mínimo, dentro das primeiras doze horas”.

O material será enviado para um laboratório de criminalística do Rio Grande do Sul. Segundo o médico, o Piauí é o único estado que não tem um laboratório equipado para fazer esse tipo de exame. “Estamos tentando mandar para o Rio Grande do Sul por que é difícil eles aceitarem receber exames de fora. A demanda desses laboratórios é muito grande”, comentou Antônio Nunes.

O conselheiro tutelar Djan Moreira, que acompanha o caso, reclamou da demora para que o exame fosse realizado. “Apenas oito dias depois, atrasado demais. A criança é quem fica prejudicada”, comentou ele. “Vamos continuar acompanhando o caso dele, e encaminhá-lo para a rede de assistência psicossocial”, declarou o conselheiro.

Hipóteses

O médico comentou ainda que ele vê a possibilidade de não ter havido intoxicação. Segundo ele, o menino apresentou convulsões dias depois do ocorrido, o que para ele pode ser um sinal de que não se trata de remédios usados em golpes conhecidos como “Boa noite cinderela”. “O tempo de efeito em crianças das principais drogas ligadas ao ‘boa noite cinderela’, em geral não passa de três horas. Como ele pode ainda ter convulsões depois de sete dias?”, questionou Antônio Nunes.


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Para ele, esse fato aponta para a hipótese de o menino ter uma outra doença ainda não descoberta. “Estamos pedindo para verificar o prontuário dele. Dependendo disso, talvez a gente nem mande o exame para o Rio Grande do Sul”, disse.

O médico argumenta ainda que é improvável que a suposta intoxicação tenha desencadeado essa doença desconhecida, já que os efeitos geralmente só persistem durante o período que a droga faz efeito no corpo.

De toda forma , o caso seguirá sendo investigado, tanto pela Polícia Civil quanto pelo Instituto de Criminalística. “Estamos de mente aberta, estudando todas as possibilidades”, disse o médico Antônio Nunes.

Segundo caso

Um caso bastante semelhante com o do menino de Teresina aconteceu na cidade de Alegrete do Piauí, na manhã de ontem (24).  Uma menina foi internada no Hospital Justino Luz, na cidade de Picos, por suspeita de intoxicação após comer um bombom. A criança tem oito anos de idade e teria recebido o doce na escola, entregue por uma pessoa ainda não identificada.

Segundo informações do Hospital Justino Luz, a mãe chegou com a criança por volta das 15h, informando que a menina desmaiou após comer o doce, e estava sonolenta e desorientada. A mãe teria contado aos médicos que uma pessoa teria oferecido um doce para a menina, mas que ela não aceitou. Mais tarde, ela achou um doce semelhante na carteira onde sentava na sala de aula. Esse bombom a menina comeu a caminho de casa.

Enquanto isso, a mãe teria então recebido um telefonema onde uma pessoa desconhecida teria afirmado que a criança seria sequestrada. Após sair da escola, a menina foi para a casa da avó, e quando chegou passou a apresentar sonolência.

A criança foi então internada, e ficou em observação. O quadro dela evoluiu durante a noite, e por volta das 9h ela foi avaliada por um médico da instituição, que lhe deu alta. A mãe da menina foi orientada pela direção do hospital a procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. 

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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