A Polícia Civil terá mais prazo para concluir o inquérito da morte da estudante de Direito Camilla Abreu, assassinada pelo namorado, o capitão Alisson Wattson, em outubro passado. Isso porque o Ministério Público Estadual pediu a conversão da prisão temporária do acusado em prisão preventiva.

O pedido foi impetrado pelo promotor Benigno Filho na semana passada e acabou sendo acatado pela Justiça. Em conversa com o Portal O Dia, o representante do Ministério Público explicou que a prisão temporária garantiria ao capitão Wattson a possibilidade de responder em liberdade à fase de instrução processual. Com a prisão preventiva, o acusado recebe a sanção máxima que pode ter antes do julgamento e a polícia ganha mais 30 dias para concluir toda a investigação e juntar os elementos comprobatórios do ato criminal.

Para o promotor Benigno Filho, a prisão preventiva do capitão Wattson dá mais garantia de que a fase processual e a instrução das testemunhas ocorra sem risco de interferências. “Nós temos as tipificações de feminicídio, ocultação de cadáver, tentativa de cooptação de testemunhas e ainda a tentativa de destruição de provas. Isso já deixa mais que claro que o acusado tentou interferir no trabalho de investigação da polícia e que poderia tentar interferir e protelar o andamento processual se posto e liberdade”, pontua o promotor.

O capitão Wattson segue recolhido ao Presídio Militar no Quartel do Comando Geral (QCG) em Teresina, desde o dia 31 de outubro, quando a Justiça decretou sua prisão temporária após o corpo de Camilla ter sido encontrado em um matagal no povoado Mucuim, zona Rural de Teresina, em direção a Altos. Após ter confessado o crime, foi ele quem levou os policiais até o local onde deixou o corpo da vítima.

O PM foi indiciado pelos crimes de feminicídio – assassinato de uma mulher em que as motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade do homem sobre a vítima do gênero feminino – e ocultação de cadáver.

Por: Maria Clara Estrêla