Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Abuso sexual está entre as principais causas de denúncias no Conselho Tutelar

Mapa da Violência contra Crianças e Adolescentes da zona Leste de Teresina aponta que 746 casos de violação foram denunciados em 2014.

24/04/2015 10:01

Foi divulgado na manhã desta sexta-feira (24) o Mapa da Violência Contra Crianças e Adolescente da zona Leste de Teresina, relativo ao ano de 2014, na sede do IV Conselho Tutelar. O mapa revela que 746 casos foram denunciados naquele período, sendo 424 entre crianças e 322 entre adolescentes. O abuso sexual está entre as cinco principais violências registradas.

Os dados revelam um aumento de 206 casos denunciados em relação ao ano anterior. Dos 28 tipos de crimes cometidos, cinco foram de maior incidência: negligência, conflito familiar, violência física, abuso sexual e evasão escolar. "Aqueles que têm o dever de cuidar e proteger são os maiores violadores dos direitos das crianças e adolescentes. O abandono dos pais e parentes é recorrente, muitas famílias não estão cumprindo seu dever", relata o conselheiro tutelar Djan Moreira. 

Fotos: Marcela Pachêco/ODIA


O conselheiro tutelar Djan Moreira conta que os pais e/ou responsáveis pelas crianças são os seus principais violadores.

Nos 77 bairros em que foi feito o mapeamento, foi possível identificar que a violência contra a criança e o adolescente acontece com maior frequência nos bairros Pedra Mole, Satélite e Vila Santa Bárbara. O mapa também aponta que a violência contra os meninos (386 casos), superou o índice de violência contra as meninas (362 casos).

Porém, o índice de casos que retornam ao conselho tutelar é muito pequeno. “Menos de 50 casos se tornam reincidentes e esse é um ponto muito positivo. Depois que tomamos conhecimento e aplicamos ações, percebemos significativas mudanças”, avalia Djan Moreira.

O secretário executivo da Semtcas, Carlos Rocha, avalia que o aumento no número de denúncias preocupa todos os segmentos que envolvem a sociedade. “A partir desses números, nossa missão é buscar soluções para fomentar ou criar ações que estabeleçam garantia de que as crianças estarão seguras”, diz.


O secretário executivo da Semtcas, Carlos Rocha, diz que vai analisar o mapa para traçar medidas mais significativas.

A conselheira do Conanda, Núbia Lopes, observa que o aumento de denúncia tem que ser visto como um ponto positivo, já que mostra uma maior conscientização da sociedade. “As pessoas têm que entender que a garantia do direito da criança e do adolescente é de responsabilidade não só do poder público, mas também, e principalmente, da sociedade em geral. Quando uma pessoa observar uma criança sofrendo algum tipo de violação de direito, a coisa certa a se fazer é denunciar e não se calar tentando abafar uma responsabilidade”, observa.

Estiveram presentes na reunião  representantes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e de Assistência Social (Semtcas), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e as polícias militar e rodoviária federal.


A conselheira do Conanda, Núbia Lopes, reconhece que a sociedade está mais responsável em relação às denúncias.

Edição: Nayara Felizardo
Mais sobre: